Você já ouviu falar sobre hipertermia? Esse termo é utilizado para descrever o aumento excessivo da temperatura corporal, que ultrapassa os valores considerados normais para uma determinada espécie. Em cães e gatos, a hipertermia pode ocorrer quando a temperatura atinge cerca de 40 °C.
Isso ocorre porque a temperatura normal desses animais varia de acordo com o porte: para cães de grande porte, a temperatura fica em torno de 37,4 a 39 °C, enquanto para os de pequeno porte, varia entre 38 e 39 °C. Já para os gatos, a temperatura normal é de 38 a 39,2 °C.
“A hipertermia pode afetar tanto os cães quanto os gatos, porém é mais frequente em cachorros braquicefálicos, obesos, com doenças cardiovasculares, com paralisia laríngea, de pelagem escura e idosos”, contou a médica-veterinária Graziely Barbosa da Cruz Almeida.
Segundo Jade Petronilho, médica-veterinária de uma empresa especializada no universo pet, os animais com focinho achatado têm maior probabilidade de desenvolver o quadro de hipertermia.
“Por conta da anatomia do focinho achatado, raças como pug e persa não têm uma troca ideal de calor. Eles apresentam uma dificuldade maior de regular a temperatura corporal, o que facilita situações de hipertermia”.
Muitos acreditam que a hipertermia ocorre apenas durante o verão, mas de acordo com Graziely, veterinária, os episódios mais comuns estão relacionados à exposição ao sol ou calor. No entanto, permanecer em locais fechados, realizar atividades físicas intensas e até mesmo febre também podem levar a esse quadro. Os sintomas mais frequentes incluem respiração ofegante, língua roxa, vômitos, convulsão, salivação excessiva, falta de coordenação, diarreia aguda e desmaios, conforme ressaltado pelas veterinárias.
“Percebeu que o cachorro está dando sinais de cansaço, pare o que estiver fazendo e vá para um lugar fresco. Se ele não melhorar, procure um médico-veterinário imediatamente”, aconselhou Jade.
É importante destacar que a utilização de medidas de resfriamento em contato direto com a pele, como colocar gelo na barriga, deve ser evitada. Isso ocorre porque essas medidas podem ter o efeito contrário e dificultar a dissipação do calor.
“Enquanto se encaminha para o médico-veterinário, o tutor pode utilizar toalhas molhadas com água ou álcool nas regiões axilares, inguinal, palmar e plantar”, falou Graziely.
O tratamento da hipertermia dependerá dos sintomas apresentados pelo animal, mas, de maneira geral, é recomendado levá-lo a um médico-veterinário para que seja resfriado e a temperatura corporal volte ao normal, além de tratar os sintomas. Em casos mais graves, a internação pode ser necessária por pelo menos um dia, de acordo com Jade, veterinária.
Se não tratada, a hipertermia pode ser fatal para o animal. Para evitar o quadro, é importante evitar ambientes quentes e sem circulação de ar, manter o peso adequado do pet, não optar por percursos longos ou cansativos durante os passeios e sempre sair com o animal nos horários mais frescos do dia, conforme orientação das profissionais.
