A manhã de 15 de agosto de 2020 foi apenas mais um fim de semana para a família de Rohan Godhania. O talentoso estudante de 16 anos desfrutava das férias de verão em sua casa em Ealing, no oeste de Londres. No entanto, mais tarde naquela noite, ele começou a vomitar, levando seus pais a suspeitar de uma reação alérgica a um shake de proteína.
Infelizmente, o adolescente faleceu devido a uma condição genética rara, desencadeada pelo aumento repentino dos níveis desse nutriente, o que resultou em uma quantidade letal de amônia em seu sistema sanguíneo.
Suplemento de proteína foi dado pelo pai
Segundo o jornal Metro, Rohan Godhania recebeu suplementos de seu pai, que os adquiriu com o objetivo de ajudar o filho a ganhar massa muscular. Infelizmente, o jovem teve uma reação inesperada e, três dias após começar a consumir os shakes, faleceu no hospital.
Os relatórios médicos indicam que os níveis elevados de proteína desencadearam uma condição genética rara chamada deficiência de ornitina transcarbamilase (OTC), que afeta a enzima responsável pela metabolização da amônia no corpo. Essa substância química se torna tóxica para o organismo humano e, quando não é processada adequadamente, pode ser fatal.
Inquérito policial foi aberto para investigar o caso
Apesar de ter ocorrido em agosto de 2020, o inquérito policial sobre o incidente foi realizado apenas nesta semana. Além do depoimento do pai, um especialista também foi consultado.
Rohan foi constatado com morte cerebral e seus órgãos foram doados. O legista Tom Osborne expressou sua opinião preliminar de que seria apropriado contatar as autoridades regulatórias para incluir algum tipo de advertência nas embalagens dos shakes proteicos. Ele enfatizou que, embora a deficiência de ornitina transcarbamilase (OTC) seja uma condição rara, pode ter efeitos prejudiciais se alguém consumir um shake e causar um repentino aumento nos níveis de proteína. (Fonte: Metro UK)
A atleta que quase morreu de hepatite após tomar suplemento para emagrecer: ‘Não se automediquem’
Janyne Luna tinha a convicção de que o produto, de origem vegetal, era seguro. No entanto, especialistas advertem que tanto substâncias naturais quanto sintéticas devem ser utilizadas sob supervisão médica.
Com apenas 32 anos, Janyne Luna não estava acima do peso considerado ideal para sua altura e idade quando, no início de 2019, optou por utilizar um medicamento para perder peso.
O suplemento personalizado que ela escolheu era formulado com ingredientes naturais, o que a levou a não suspeitar que poderia acarretar algum prejuízo.
“Eu queria emagrecer rapidamente, apenas para me sentir bem no vestido de madrinha de casamento que eu usaria em breve”, relata Janyne. Além de ser servidora pública, ela também é uma atleta amadora de basquete.
Após obter uma receita por intermédio de uma amiga, Janyne decidiu experimentar as cápsulas que prometiam resultados rápidos. Depois de 20 dias de uso, sem observar quaisquer efeitos, ela optou por interromper a medicação.
Cerca de um mês depois, começou a experimentar enjoos, sua pele e olhos adquiriram uma coloração amarelada, ela apresentou tremores nas mãos e confusão mental, além de sua urina ter escurecido. Esses sintomas indicavam uma inflamação no fígado que, posteriormente, ela descobriu ter sido causada pelo suplemento.
Apesar de não ter histórico de doenças, Janyne foi surpreendida com o diagnóstico. Ela expressa seu sentimento de culpa, principalmente por saber que não precisava daquilo. Janyne compartilha com a BBC News Brasil: “Foi a única vez que decidi tomar remédio para emagrecer e acabei enfrentando consequências graves”.