Durante o enterro do pai e do filho, um familiar afirmou emocionado: ‘Eles eram inseparáveis, um não conseguia viver sem o outro’. Em meio a homenagens e aplausos, os restos mortais do pecuarista Garon Maia e de seu filho foram sepultados na manhã desta terça-feira.
Na manhã desta terça-feira (1º), o Cemitério Parque das Primaveras, em Campo Grande, foi palco do emocionante sepultamento do pecuarista Garon Maia Filho, de 42 anos de idade, e de seu filho de apenas 11 anos de idade, que perderam a vida em um trágico acidente aéreo no sábado (29). Amigos e familiares prestaram suas últimas homenagens com aplausos, origamis e flores.
Desde o dia anterior, a capela que abrigou o velório tem sido frequentada por muitas pessoas. Ao lado dos caixões, foram dispostos diversos arranjos florais, juntamente com uma foto do pai e do filho na cabine de avião. Hoje pela manhã, a foto em preto e branco foi substituída por uma pintura retratando os dois pescando à beira de um rio. Ao todo, foram oferecidas 86 coroas de flores em homenagem ao pai e filho.
Os professores e colegas do Colégio Marista Alexandre Fleming, onde o menino estudava, também prestaram homenagens ao garoto. Seu corpo repousava em um caixão branco, transportado até o local de sepultamento em uma caminhonete Toyota Hilux. Pai e filho foram sepultados lado a lado, com os caixões fechados.
Entre as lágrimas, um dos irmãos de Garon compartilhou emocionado que ele era um autêntico cowboy e aviador. “Dos três irmãos, ele foi o único que seguiu os ensinamentos de nosso pai e avô, homens que viviam na fazenda e amavam ser fazendeiros”, ressaltou.
Conforme relatado pelo familiar, a criança tinha uma profunda admiração pelo pai. “Talvez fosse impossível para eles viverem separados, então se Deus quis assim. Te amo muito, meu irmão, faça companhia para nosso pai”, expressou muito emocionado.
Um dos outros irmãos do pecuarista recordou que Garon era um piloto excepcional. “Ele aprendeu a voar aos 13 anos e tinha uma paixão genuína por aviões. Ficava feliz em ter um filho com os mesmos interesses da nossa família”. Sobre a partida do pai e do filho, o familiar afirmou que eles não seriam felizes separados. “Eles dependiam muito um do outro. Isso está gravado no meu coração. Descanse em paz, meu irmão, vá com Deus”.
Devidamente uniformizados, os colegas de classe da criança se despediram, lançando flores e origamis sobre o caixão branco. Ao término da cerimônia de despedida, um dos irmãos expressou gratidão pela presença dos amigos.
“Agradecemos a todos vocês pelo carinho e pela presença, que vieram aqui para confortar nossos corações.” Pai e filho foram sepultados na quadra dos Gerânios, uma planta de origem africana que simboliza harmonia e carinho.
O acidente aconteceu quando o avião Beechcraft Baron G58 decolou do aeroporto de Vilhena, Rondônia, por volta das 17h50 de sábado (dia 29) e perdeu contato com o radar poucos minutos depois. Na manhã de domingo (30), militares fizeram uma busca a pé na área de mata fechada e encontraram os destroços do monomotor, bem como os corpos do pai e do filho. A tragédia ocorreu na região próxima à divisa entre Vilhena, Rondônia, e Comodoro, Mato Grosso.
