Kayky Brito foi vítima de um traumatismo craniano e múltiplos traumas corporais depois de ser atropelado nas primeiras horas de sábado (2) no Rio de Janeiro. Atualmente, o ator está hospitalizado no Hospital Copa D’or e encontra-se em estado grave, porém estável.
Na data de segunda-feira, dia 4, ele submeteu-se a uma cirurgia para “reparação da fratura na região pélvica e no membro superior direito”. Conforme comunicado médico, a equipe de saúde considerou o procedimento um “êxito”.
No entanto, a condição de saúde do irmão de Sthefany Brito é extremamente grave. Kayky ainda se encontra sedado, dependente de ventilação mecânica e está sob os cuidados da equipe médica na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Entenda os traumas
O trauma cranioencefálico, comumente chamado de traumatismo craniano, ocorre como resultado de impactos na cabeça e, em grande parte dos casos, não apresenta gravidade significativa. Em contrapartida, o politraumatismo refere-se a múltiplas lesões no corpo, frequentemente causadas por colisões ou queimaduras.
Tratamento para politraumatismo e traumatismo craniano
“O manejo do politraumatismo requer uma abordagem multidisciplinar e está condicionado à gravidade e à extensão das lesões”, destaca o Dr. Daniel Oliveira, um especialista em coluna vertebral e o diretor do Núcleo de Ortopedia e Traumatologia (NOT) de Belo Horizonte. Em geral, esse tratamento ocorre em um ambiente hospitalar para avaliar a seriedade do trauma e implementar as melhores estratégias visando à recuperação do paciente.
As medidas compreendem:
– Estabilizar as funções necessárias do paciente.
– Realizar exames de imagem, como tomografia computadorizada (TC) e radiografias, para avaliar danos internos, como fraturas e sangramentos.
– Considerar procedimentos cirúrgicos, dependendo das lesões identificadas.
– Controlar o desconforto com o uso de medicamentos, incluindo analgésicos e sedativos, visando assegurar o bem-estar do paciente durante o tratamento.
– Manter uma vigilância constante.
– Fornecer apoio na reabilitação e suporte psicológico.
No que diz respeito ao trauma craniano, a abordagem terapêutica é igualmente influenciada pelas lesões presentes, levando em conta a natureza e a gravidade do incidente. Por conseguinte:
Em relação a uma situação de traumatismo craniano leve, é possível que o paciente seja mantido sob observação por algumas horas e, posteriormente, receba autorização para prosseguir com o tratamento em seu domicílio.
Em casos de um quadro moderado, existe um maior potencial de complicações, o que requer hospitalização para permitir uma supervisão próxima por parte da equipe médica e, se necessário, a realização de procedimentos cirúrgicos.
Quando o traumatismo é classificado como grave, ocorrem lesões cerebrais extensas, incluindo sangramento e inchaço no cérebro, tornando necessária a internação na UTI. Além disso, cirurgias são consideradas como opção para aliviar a pressão craniana e controlar o sangramento. Em certos casos, pode ser necessário induzir o coma com o objetivo de reduzir a atividade cerebral e promover uma recuperação mais rápida.
“A avaliação e tratamento adequados do paciente após um traumatismo craniano são de extrema importância nas primeiras 72 horas”, destaca o neurocirurgião Felipe Mendes, que faz parte da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, em uma entrevista concedida ao Terra.
Durante as primeiras horas após um trauma craniano, é possível que se desenvolvam danos secundários devido a variáveis como a redução da oxigenação, aumento da pressão intracraniana e perturbações na circulação sanguínea. Esses fatores podem resultar na deterioração do estado clínico e ampliar a probabilidade de ocorrência de consequências a longo prazo.
O especialista enfatiza a importância de realizar uma avaliação neurológica abrangente durante esse período, com o propósito de identificar a magnitude das lesões cerebrais e a funcionalidade cerebral. Isso inclui a avaliação de reflexos, reações a estímulos, níveis de consciência e outras funções do sistema neurológico.
Recuperação dos pacientes com traumatismo craniano e politraumatismo
Em ambas as situações, a recuperação depende da gravidade das lesões e envolve diferentes fases. Nas primeiras semanas de tratamento, o enfoque principal é estabilizar o paciente, prevenir complicações e monitorar a função dos órgãos. Posteriormente, a fase de reabilitação entra em cena, abrangendo terapias como fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia e acompanhamento neurológico, adaptando-se à extensão dos danos e à resposta individual do paciente ao tratamento.