A Advogado da jovem também pede que Daniel Alves pague uma multa e uma indenização que somam cerca de R$ 870 mil
No centro de um escândalo que abalou as estruturas do mundo do futebol espanhol, o ex-lateral direito da seleção brasileira, Daniel Alves, enfrenta graves acusações de agressão movidas por uma jovem de 21 anos. O processo, que teve o seu desdobramento na discoteca Sutton, em Barcelona, em dezembro do ano passado, agora caminha para um julgamento no Tribunal de Apelação da cidade catalã, onde a defesa da vítima busca uma pena de 12 anos de prisão para o atleta.
O advogado de defesa, Ester García, está a frente do caso em nome da jovem e argumenta não apenas pelo crime de agressão, mas também por lesões, pedindo, inclusive uma multa substancial de 13,5 mil euros (cerca de R$ 72 mil). No âmbito das consequências físicas e psicológicas sofridas pela vítima, García exige uma compensação financeira satisfatória de 150 mil euros (aproximadamente R$ 802 mil).
O processo revela detalhes arrepiantes do incidente ocorrido na noite do último dia 30 de dezembro de 2022, quando o jogador, acompanhado por um amigo, convidou a jovem e suas companheiras para uma área privada da boate Sutton. De acordo com a acusação, o jogador brasileiro teria agido de forma insistente, forçando as mulheres a aceitarem o convite para compartilhar uma taça de champanhe.
A narrativa do Ministério Público tem a justificativa que, por volta das 3h20 da manhã, o lateral direito conduziu a vítima para um pequeno banheiro na área reservada e, agindo com clara intenção de práticas de conjunção carnal, a apalpou e a violentou. A resistência da jovem não impediu o atleta de praticar o crime, e a acusação detalha que a jovem foi submetida a uma situação de “angústia e terror”.
A defesa, além de buscar uma pena de prisão, está pleiteando medidas adicionais para proteger a vítima. Isso inclui uma ordem para que Daniel Alves fique a pelo menos 1.000 metros de distância da jovem e a proibição de comunicação por um período estendido após o cumprimento da pena de prisão. Ester García também solicitou medidas de segurança no dia do julgamento, incluindo acompanhamento profissional para a vítima e a realização do julgamento sem a presença do público, minimizando assim qualquer possível trauma adicional.
De contra partida, o Ministério Público, que já apresentou seu relatório em novembro, busca uma pena de nove anos de prisão para Daniel Alves, enfileirando-se com a demanda da defesa da vítima quanto à compensação financeira de 150 mil euros. O processo, que deverá ser um dos julgamentos mais mediáticos envolvendo uma figura significativa do esporte, coloca em evidência não apenas a responsabilidade legal do jogador, mas também levanta questões sobre a proteção das vítimas e a integridade do sistema judicial em casos sensíveis como esse. O desfecho do julgamento de Daniel Alves não apenas moldará o futuro do jogador, mas também deixará um impacto duradouro na abordagem da sociedade diante de casos de agressão envolvendo personalidades públicas.