Em carta pré-suicídio, goleiro desabafou sobre preconceito no São Paulo

Então, a história do Jian Kayo é de partir o coração, viu. O garoto, que tinha só 21 anos, acabou tirando a própria vida no começo do ano passado, e deixou pra trás uma carta que fala de tudo que ele passou. Ele jogava como goleiro no Ituano, mas, segundo a carta, o problema dele começou lá atrás, quando ele tava nas categorias de base do São Paulo. O menino sofria preconceito, principalmente por causa do cabelo, e isso mexeu muito com a cabeça dele.

A família dele agora tá usando essa carta num processo contra o São Paulo. Eles tão dizendo que o clube foi negligente e que isso teve um peso grande no quadro depressivo do Jian. E assim, lendo a carta que ele escreveu, dá pra ver o quanto ele tava sofrendo. O garoto contou que, na época em que ele tava no CT de Cotia, funcionários e outros jogadores zoavam ele por causa do corte de cabelo. “O que é isso na sua cabeça? Que p… ridícula é essa?”, ele escreveu, lembrando de uma das coisas que ouviu por lá. Pesado, né?

Ele ficou seis anos nesse ambiente, preso, como ele mesmo disse. E, pra quem olha de fora, pode até parecer que ser jogador de futebol é um sonho. Ganhar dinheiro, viajar, ser famoso… Mas pra ele, aquilo tudo virou um pesadelo. No meio da carta, ele fala que nunca quis jogar futebol de verdade. Olha isso! Ele disse que tinha um dom, que era um ótimo goleiro, mas que não aguentava mais o peso de seguir nessa carreira. E aí, cara, a gente fica pensando: quanta gente deve estar passando por algo parecido, mas não fala nada, né?

O irmão do Jian, Hallyson, que é professor de educação física, deu uma entrevista falando sobre o caso. Ele contou que leu a carta de novo recentemente e que isso mexeu muito com ele. “Pra mim, tá sendo muito difícil”, ele disse, emocionado. E ele falou uma coisa que dói de ouvir: o Jian sempre treinava, mesmo sem ter grana pra comprar chuteira, lavava a roupa todo dia na mão pra poder treinar. E aí, do nada, ele escreve que não gostava dessa vida de jogador? Fica claro que tinha algo de errado aí, né? Como o próprio irmão falou: “Fizeram ele desgostar”.

Uma parte que chama muito a atenção é quando Hallyson questiona a estrutura do CT de Cotia, que muita gente vê como um lugar perfeito. Ele ironizou dizendo: “Falam que lá é um paraíso, que tratam os meninos como reis. É mesmo?” E aí ele toca num ponto delicado: o preconceito que o irmão sofreu por ser negro e ter um cabelo diferente. O Jian ouviu muita coisa pesada enquanto tava lá, e isso, segundo o irmão, teve um impacto grande na saúde mental dele.

O Hallyson acredita que o Jian poderia estar vivo se tivesse recebido o apoio psicológico que precisava enquanto tava na base do São Paulo. Ele questiona por que o clube, que sabia que ele era tímido e que tinha traços de depressão, não fez nada pra ajudar. E, o mais triste: ele lembra que, por seis anos, eles mal tinham contato com o Jian. O irmão queria saber por que o clube não avisou a família do estado psicológico dele. E a dor continua: “Minha mãe tá em estado vegetativo. Quem vai devolver isso pra gente?”

O São Paulo, por outro lado, tá se defendendo no processo. Eles dizem que não tem nada a ver com a morte do Jian e que a família dele tinha muitos problemas graves. Só que a defesa do goleiro rebate, afirmando que a mãe dele criou dois filhos saudáveis e que acreditava que ele tava seguro no clube. A família também acredita que o Jian sofria uma pressão psicológica muito grande lá dentro.

É uma história triste, e que nos faz pensar em como a saúde mental ainda é um tema tão negligenciado, especialmente no esporte. Muitos jovens entram nesse mundo do futebol com o sonho de mudar de vida, mas acabam sendo esmagados pela pressão. Então, se você conhece alguém que tá passando por uma situação difícil ou se sente assim, procure ajuda. O CVV, por exemplo, é uma das redes de apoio, com atendimento 24 horas pelo telefone 188. Não é vergonha nenhuma pedir ajuda.



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