Após a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, Jair Bolsonaro revelou que fez um pedido ao ex-presidente americano, e não foi só para desejar felicidades não. Durante uma conversa com a coluna, Bolsonaro disse que espera que Trump não se esqueça do Brasil, já que, segundo ele, o país depositou muita esperança na vitória do aliado. “Desejo felicidades, Trump. E que não esqueça o Brasil. O Brasil depositou muita esperança na sua eleição. Lembro que uma mulher brasileira pediu para que os Estados Unidos não virassem o Brasil, e eu faço um pedido parecido: não deixe o Brasil virar a Venezuela. Nos ajude a manter a liberdade por aqui”, declarou o ex-presidente brasileiro.
Bolsonaro e seu grupo político acreditam que, com Trump de volta ao poder, ele pode ajudar a reverter a inelegibilidade de Bolsonaro e até abrir portas para que ele dispute a presidência novamente em 2026. Eles também têm a esperança de que, com o apoio de Trump, o ex-presidente brasileiro possa pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) a recuar em alguns inquéritos que estão investigando ele, seus aliados e até outros membros de seu partido e suas bases de apoio.
Por falar em política, o Partido Republicano, ao qual Trump é filiado, acabou de conquistar a maioria no Congresso dos Estados Unidos, tanto na Câmara quanto no Senado. Isso causou uma série de reações, e não foram poucas. Deputados republicanos chegaram a mostrar uma foto de Alexandre de Moraes, ministro do STF, e apresentaram um projeto de lei com o intuito de punir autoridades estrangeiras que “firam a liberdade de expressão”. Isso tudo, claro, numa tentativa de pressionar o STF e mostrar apoio ao ex-presidente brasileiro. No entanto, Moraes já deixou claro que a eleição de Trump não vai mudar a sua postura no Supremo, e ele vai continuar conduzindo os processos e inquéritos que envolvem Bolsonaro sem se deixar influenciar pela política externa.
No meio dessa confusão toda, Bolsonaro recebeu um convite de Trump para ir até os Estados Unidos e acompanhar a apuração da eleição na Flórida, no resort Mar-a-Lago. Mas, como a gente sabe, o ex-presidente brasileiro não pôde viajar. O motivo? Seu passaporte estava retido pelo STF, por causa das investigações que ele está enfrentando. A medida tem o objetivo de garantir que Bolsonaro fique no Brasil durante o processo das investigações e evitar qualquer tentativa de fuga para o exterior. Mesmo sem poder viajar, o filho de Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, e o ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, marcaram presença no evento em Mar-a-Lago, em nome do ex-presidente.
Essa apreensão do passaporte é mais uma tentativa do STF de garantir que Bolsonaro não saia do país enquanto as investigações ainda estão rolando. E a coisa está tensa, porque o ex-presidente está sendo investigado em várias frentes, o que aumenta ainda mais a pressão sobre ele e seus aliados.
Essa situação toda tem gerado muitas especulações. Se Trump de fato voltar ao poder, será que Bolsonaro vai conseguir reverter sua inelegibilidade e disputar a presidência em 2026? E mais, será que a pressão de Trump vai fazer com que o STF, principalmente Alexandre de Moraes, reveja sua postura? São perguntas que ficam no ar e que, com certeza, vão continuar movimentando os bastidores da política brasileira nos próximos anos.