PCC ofereceu R$ 3 milhões para matar empresário; vítima gravou conversa

O empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, de 38 anos, foi assassinado na última sexta-feira no aeroporto de Guarulhos, e o caso tem ganhado muita repercussão nas notícias. Antes de ser morto, ele chegou a entregar ao Ministério Público de São Paulo um áudio bem revelador, onde dois homens falavam abertamente sobre um plano pra matar ele em troca de R$ 3 milhões. É muita grana, né? Mas parece que a vida do Vinícius já tava em risco fazia tempo, ainda mais depois que ele decidiu colaborar com as autoridades.

Bom, pra entender essa história toda, é preciso voltar um pouco. O próprio Vinícius que gravou esse áudio lá no escritório dele. E ele tava lá junto com um policial civil, que ele achava que era amigo. Mas aí, esse tal policial recebe uma ligação no celular, e deixou no viva-voz pra que o Vinícius ouvisse também. Só que, enquanto isso, o empresário foi esperto e começou a gravar a conversa sem ninguém perceber. E a coisa era feia mesmo: os caras falavam abertamente sobre valores, e em um dado momento, um deles pergunta se “três tá bom”. E, segundo o que o próprio Vinícius entendeu, esses “três” seriam R$ 3 milhões pra pagar pela morte dele.

Pra piorar, a conversa segue e o cara na linha pergunta se tá fácil “resolver” o problema — que no caso, era matar o Vinícius — ou se tava complicado, perguntando até se ele tava “voando” (ou seja, saindo de casa). O policial que tava lá do lado do Vinícius responde que ele tava saindo sim, mas que sempre andava com seguranças. Logo depois, a conversa é encerrada.

Depois de desligar, o policial vira pro empresário e diz algo tipo: “Você escutou, né? Você é meu irmão”. Parece até que ele queria passar uma confiança, mas vai saber, né? Ele até disse: “Por que esse cara tá fazendo isso aí? A gente vai pegar ele e dar umas pauladas.” Foi aí que ele também deu umas dicas pro Vinícius de como ele devia se defender no processo em que tava envolvido.

Falando nisso, o Vinícius tinha uma ficha complicada. Ele tava sendo acusado de ter mandado matar duas pessoas: o Anselmo Becheli, conhecido como Cara Preta, e o Antônio Corona Neto, chamado de Sem Sangue. Esses dois foram mortos em plena luz do dia, em dezembro de 2021, lá na zona leste de São Paulo. E não para por aí, não. Um outro cara, que seria o executor desses assassinatos, foi morto também um tempo depois e, detalhe, teve a cabeça decepada.

Agora, quem era esse tal de Cara Preta? Ele era um figurão no PCC e envolvido até o pescoço com tráfico de drogas e outras tretas. Já o Sem Sangue era tipo o braço direito dele, motorista e tudo mais. Segundo as investigações do DHPP, o problema começou porque o Cara Preta confiou no Vinícius e deu pra ele R$ 40 milhões pra investir em criptomoedas. Só que o empresário acabou desviando essa grana, e o esquema todo foi descoberto. Daí em diante, o Vinícius começou a ser ameaçado de morte.

A situação do empresário só piorou quando ele fez um acordo de delação premiada com o Ministério Público. Ele revelou coisas bem pesadas, inclusive entregando informações sobre policiais civis que estariam metidos em esquemas de corrupção. E isso incluía gente grande, como policiais do DHPP, do Deic e até de uma delegacia lá em Ermelino Matarazzo.

O policial que foi gravado pelo Vinícius acabou sendo preso também, mas em outra investigação que envolvia a Polícia Federal. Enquanto isso, o empresário já tava vivendo sob constante ameaça. Logo após a delação, as ameaças só aumentaram. E, infelizmente, parece que os inimigos dele acabaram conseguindo o que queriam.

Esse caso só mostra como o submundo do crime é cheio de traições e vinganças. Dá até pra pensar, será que vale a pena se meter com gente desse tipo? Mesmo o Vinícius tentando ajudar a Justiça, ele acabou sendo alvo de gente que não queria que ele falasse demais. É uma história que dá o que pensar sobre o quanto essas organizações criminosas estão infiltradas em vários lugares que a gente nem imagina.



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