De um canto ao outro do nosso corpo, os pelos estão sempre presentes, mesmo que a gente nem perceba. Embora tenham uma estrutura parecida, eles não são todos iguais e variam conforme a região, idade, gênero, e até pelos hormônios que carregamos ao longo da vida. Basicamente, eles se dividem em dois tipos: os pelos velos, que são fininhos, curtos e quase sem cor (aqueles que vemos em crianças ou em áreas como rostos femininos e partes calvas), e os pelos terminais, mais grossos, pigmentados e resistentes.
Os pelos terminais aparecem, principalmente, com o avanço da idade, substituindo os velos. Eles são comuns em áreas como axilas, região íntima, pernas, braços, barba e até nas sobrancelhas. Os cabelos também entram nessa categoria, mas com uma densidade e crescimento muito maior que os outros.
E qual a utilidade disso tudo? Esses fios desempenham papéis importantes. Eles protegem do frio, calor, radiação solar, atritos na pele e até ajudam a prevenir infecções. Quando algo está errado com os pelos, como falhas ou crescimento anormal, pode ser um alerta para problemas de saúde, desde distúrbios hormonais até algo mais sério, como tumores.
Quais pelos vale a pena manter?
Se você passa muito tempo ao ar livre, deixar os cabelos e a barba intactos pode ajudar na proteção contra os raios UV, especialmente se combinados com protetor solar. Já as sobrancelhas, além de compor o rosto, barram o suor e sujeiras que escorrem para os olhos.
Os cílios merecem atenção especial. Eles agem como escudos, protegendo a visão contra ciscos, insetos e outras partículas. Além disso, ajudam no movimento de piscar, que lubrifica os olhos e mantém a saúde ocular em dia. Para cuidar bem deles, lave sempre as mãos antes de tocar nos olhos, remova maquiagem antes de dormir e evite exagerar no uso de máscaras ou cílios postiços.
E os pelos “indesejados”?
Os pelos do nariz e das orelhas, embora esteticamente incômodos quando visíveis, têm uma função vital. Eles ajudam a filtrar partículas de poeira, poluição e até bactérias, protegendo nosso sistema respiratório. Apará-los com cuidado é uma boa prática, mas a remoção total não é recomendada, pois pode deixar a região mais vulnerável.
Nas axilas, os pelos ajudam a evitar a fricção da pele e absorvem o suor. Depilar ou aparar essa área é uma escolha pessoal e pode facilitar a higiene, mas não interfere na quantidade de suor produzida — isso depende das glândulas.
Pelos íntimos: depilar ou aparar?
A questão dos pelos na região íntima gera muitas dúvidas, mas a verdade é que eles têm várias funções. Eles ajudam a proteger a pele contra atritos, seguram o suor e até mantêm a flora natural saudável. Depilar totalmente pode aumentar o risco de infecções, já que as lâminas ou ceras podem causar pequenas lesões, facilitando a entrada de bactérias e fungos.
Se a opção for interferir, o ideal é aparar. Isso reduz o abafamento, facilita a higiene e diminui a retenção de suor e odores. Se optar pela depilação total, atenção redobrada com a limpeza da área e o uso de materiais esterilizados.
Cuidados gerais com os pelos
Seja na barba, sobrancelhas ou pernas, aparar ou depilar requer atenção. No caso das sobrancelhas, por exemplo, o uso frequente da pinça pode gerar falhas permanentes nos fios. Respeitar o ciclo natural de crescimento — em média 20 a 30 dias — ajuda a evitar problemas.
Para prevenir pelos encravados, adote uma rotina de esfoliação semanal e hidrate bem a pele. Durante a depilação, prefira lâminas novas e higienizadas ou métodos como cera e laser, sempre respeitando a sensibilidade da pele. Caso um pelo encrave, evite espremer. Compressas mornas e pomadas específicas podem ajudar; se o problema persistir, procure um médico.
Mitos e curiosidades
Já ouviu dizer que arrancar um fio branco faz nascerem outros? Isso não passa de mito! O que acontece é que o mesmo folículo sempre produzirá um único fio, e se ele ficou branco, é sinal do processo natural de envelhecimento.
Outra crença é que os pelos “engrossam” após a depilação. Na verdade, a sensação vem da ponta do pelo, que cresce mais áspera. A única forma de evitar isso é com métodos definitivos, como laser, que podem exigir manutenção.
No fim das contas, cuidar dos pelos não é só questão de estética, mas também de saúde e conforto. Entender suas funções e saber como manejá-los faz toda a diferença. Afinal, nossos pelos são mais úteis do que imaginamos.