Testemunha diz à polícia que ex-esposa de homem-bomba ajudou a planejar atentado

Em um vídeo apresentado à Polícia Civil de Santa Catarina por uma testemunha, Daiane Dias, ex-esposa de Francisco Wanderley Luiz, conhecido como “Tiu França”, admitiu ter conhecimento e envolvimento no plano do ex-companheiro. Ele é acusado de ter organizado as explosões que ocorreram em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última semana. No registro, Daiane chega a declarar que “deveria estar lá com ele”, sugerindo que o ataque havia sido planejado pelo casal.

As imagens foram captadas logo após o imóvel de Francisco pegar fogo em Rio do Sul (SC), no último domingo. Daiane, que estava na residência no momento do incêndio, sofreu queimaduras graves e foi levada ao hospital por moradores locais.

Incêndio e socorro dramático

O fogo no imóvel mobilizou equipes da Polícia Civil, que iniciaram imediatamente a perícia no local. Técnicos utilizaram drones para registrar detalhes da cena, enquanto a Polícia Federal também foi acionada para auxiliar nas investigações.

Um vizinho, emocionado, relatou o resgate de Daiane. “Eu estava em casa quando ouvi o barulho. Corri para lá e, ao entrar, vi que ela estava em chamas. Tirei ela de dentro e gritei para chamarem os bombeiros”, contou. Outro morador, Fernando Souza, descreveu a resistência da mulher em sair do imóvel. “Ela berrava muito, parecia que não queria ser salva. Falava algo sobre o marido e o plano deles”, afirmou.

Confissões e novas evidências

Além dos depoimentos dos vizinhos, a própria Daiane teria afirmado à Polícia Civil que o atentado contra o STF foi uma ideia conjunta do casal. Uma testemunha afirmou ter ouvido Daiane dizer que o “plano era dos dois” e que Francisco não deveria ter agido sozinho.

As declarações chamaram ainda mais a atenção dos investigadores, que já apuram o possível envolvimento de Daiane no caso. O incêndio no imóvel, que também teria sido provocado por ela, pode estar relacionado a uma tentativa de destruir provas, segundo fontes ligadas à investigação.

A complexidade do caso

O histórico do casal está sendo levantado pelas autoridades, que confirmaram que Francisco Wanderley Luiz é conhecido por suas habilidades com explosivos. Esse detalhe levantou suspeitas de que o ataque ao STF foi meticulosamente planejado. Daiane, mesmo gravemente ferida, tem fornecido informações que complicam ainda mais sua situação.

Especialistas ouvidos por canais de televisão, como a CNN, apontam que o caso é emblemático e evidencia a complexidade de crimes com motivações políticas ou ideológicas. As investigações sobre as explosões e o incêndio em Rio do Sul ainda estão em estágio inicial, mas prometem trazer desdobramentos significativos nos próximos dias.

Clima de tensão e reflexões sociais

O atentado ao STF, somado aos eventos em Rio do Sul, reacendeu discussões sobre segurança pública e o aumento de atos extremistas no Brasil. É importante destacar que esse tipo de incidente não ocorre em um vácuo; ele reflete o clima polarizado do país, agravado nos últimos anos.

Daiane e Francisco, que antes pareciam um casal comum aos olhos dos vizinhos, agora são vistos como peças centrais em um quebra-cabeça que mistura relações pessoais, crime organizado e possíveis intenções políticas.

O que esperar agora?

Com o envolvimento da Polícia Federal e o uso de tecnologia avançada na investigação, como drones e análise de dados digitais, é provável que os próximos dias revelem mais detalhes sobre a motivação e a dinâmica dos crimes.

Enquanto isso, Daiane segue internada em estado grave, e as autoridades aguardam sua recuperação para aprofundar o interrogatório. As cenas do incêndio, somadas ao vídeo onde ela confessa sua participação no plano, já são peças-chave para a acusação.

A repercussão do caso em Rio do Sul transformou a cidade em foco nacional, mostrando como um evento local pode rapidamente se conectar a questões maiores, como a segurança de instituições democráticas.



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