Na noite de quarta-feira (13), o Supremo Tribunal Federal (STF) foi palco de um ataque que chocou Brasília. Francisco Wanderley Luiz, conhecido como o “homem-bomba”, lançou explosivos em direção à Praça dos Três Poderes. Imagens recentes das câmeras de segurança ajudam a montar o quebra-cabeça do ocorrido, mostrando os momentos que antecederam o ato e trazendo novos elementos à investigação.
A caminhada até o ataque
As imagens de segurança mostram Francisco Wanderley caminhando pela Esplanada dos Ministérios por volta das 19h26. Segurando um guarda-chuva, ele aparentava calma, passando por um ponto de ônibus onde diversas pessoas aguardavam transporte. Nada em sua postura chamava atenção, tornando o ataque ainda mais inesperado.
Pouco depois, a primeira explosão causou pânico. Um grupo de cerca de 15 pessoas, que estava na marquise do STF após o término da sessão plenária, foi pego de surpresa. As câmeras registraram a correria enquanto todos tentavam se afastar do local.
Os artefatos explosivos
Francisco utilizou três dispositivos improvisados. O primeiro falhou ao detonar, mas o segundo explodiu, espalhando fragmentos de metal – incluindo porcas e pedaços de tubo de PVC – por toda a área. O terceiro artefato foi o mais trágico: aceso pelo próprio autor, ele se deitou sobre o explosivo, morrendo instantaneamente.
Após o ataque, objetos pessoais e vestígios dos artefatos foram encontrados no local. Entre eles, o chapéu de Francisco e um extintor modificado carregado com gasolina, que, segundo a polícia, ele planejava usar como lança-chamas. Esses detalhes reforçam a hipótese de que seu objetivo era causar ainda mais destruição.
O alvo: estátua da Justiça
Investigações preliminares indicam que Francisco Wanderley pretendia atingir a estátua da Justiça, localizada em frente ao STF. O extintor carregado com gasolina seria utilizado para incendiar o monumento, em um gesto simbólico. Contudo, sua tentativa foi interrompida antes que pudesse executar o plano.
Investigação e hipóteses
A Polícia Federal (PF) assumiu o caso, que está sob a supervisão do ministro Alexandre de Moraes, responsável por inquéritos relacionados à segurança institucional. Até o momento, os investigadores consideram duas linhas principais: atentado contra o Estado de direito e ato terrorista.
Embora a motivação exata de Francisco ainda não tenha sido esclarecida, o uso de explosivos e a escolha de um local de alta relevância política sugerem que ele buscava enviar uma mensagem – possivelmente ideológica ou política.
O contexto de tensão política
O ataque ocorre em um momento delicado para o Brasil, marcado por tensões políticas e críticas frequentes às instituições democráticas. O STF, em particular, tem sido alvo de discursos acalorados e manifestações contrárias ao seu papel em decisões polêmicas nos últimos anos.
Para especialistas em segurança, o ato serve como um alerta. Apesar de isolado, ele expõe vulnerabilidades na proteção de áreas estratégicas em Brasília. Além disso, reforça a necessidade de ações preventivas contra o extremismo no país, tanto no campo jurídico quanto no social.
Reflexão sobre o episódio
Embora o ataque não tenha deixado vítimas além do próprio autor, sua gravidade não deve ser subestimada. A tentativa de atentar contra um dos pilares da democracia brasileira reflete a importância de medidas rigorosas para proteger as instituições públicas.
A sociedade brasileira precisa, agora mais do que nunca, debater formas de combater a radicalização. É fundamental promover um diálogo que respeite as diferenças, mas que também fortaleça a democracia e impeça a normalização de atos violentos.
O trabalho da Polícia Federal e das autoridades é crucial para evitar que eventos como esse se repitam. Enquanto as investigações continuam, fica a lição de que a defesa da estabilidade e da democracia exige vigilância constante e ações firmes.