Marly Ferreira Paes, de 63 anos, foi encontrada morta em seu apartamento no condomínio Bora Bora, um dos mais conhecidos na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. O crime, ocorrido na madrugada de domingo (17), tem como principal suspeito seu próprio filho, o DJ Raphael Paes Castro, que foi preso em flagrante sob acusação de feminicídio.
Uma madrugada de horror
Vizinhos do 7º andar do edifício relataram momentos de tensão durante a madrugada. Por volta das 4h, gritos vindos do apartamento de Marly ecoaram pelos corredores, levando os moradores a acionarem a Polícia Militar. Ao chegar ao local, os policiais encontraram Raphael em evidente estado de confusão. Questionado sobre os acontecimentos, ele apresentou respostas desconexas e não conseguiu fornecer explicações claras.
Dentro do imóvel, os agentes localizaram o corpo de Marly. O cenário foi imediatamente isolado, e o corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), onde passará por exames que poderão esclarecer a causa da morte.
Uma celebração interrompida
A tragédia se torna ainda mais impactante pelo contexto: Marly havia planejado comemorar seu aniversário com um churrasco no domingo. Amigos e familiares, que chegaram ao condomínio para a celebração, foram surpreendidos com a notícia devastadora do crime. A festa, que deveria marcar mais um ano de vida, transformou-se em um dia de luto.
O perfil do suspeito
Raphael Paes Castro, conhecido por sua atuação como DJ, enfrenta problemas de saúde mental há algum tempo. Segundo a polícia, ele possui diagnóstico de transtorno bipolar e faz uso contínuo de pelo menos três medicamentos. Informações preliminares indicam que o crime pode ter ocorrido durante um surto psiquiátrico, em que Raphael teria agredido a mãe.
Durante sua prisão, o suspeito apresentou falas desconexas, comportamento que reforça a hipótese de uma crise mental no momento do crime. A polícia não descarta a possibilidade de solicitar a internação provisória de Raphael para tratamento, enquanto as investigações seguem em andamento.
Investigação e repercussão
O caso foi registrado como feminicídio e está sendo conduzido pela Delegacia de Homicídios da capital. A polícia trabalha para reunir elementos que confirmem as circunstâncias do crime, incluindo depoimentos de vizinhos, familiares e possíveis testemunhas. Além disso, a análise dos exames periciais será crucial para determinar o que aconteceu nas horas que antecederam a tragédia.
Até o momento, a defesa de Raphael não se pronunciou sobre as acusações. A comoção causada pelo crime, que envolve questões de saúde mental, levanta debates importantes sobre a necessidade de maior suporte a pessoas diagnosticadas com transtornos psiquiátricos e o impacto que essas condições podem ter nas famílias.
Feminicídio e saúde mental: um debate urgente
O caso de Marly e Raphael chama atenção para dois temas frequentemente discutidos, mas ainda carentes de soluções efetivas no Brasil: a violência contra a mulher e o tratamento adequado de transtornos mentais. O feminicídio, infelizmente, é um crime recorrente no país, com números alarmantes que colocam o Brasil entre os líderes mundiais em assassinatos de mulheres motivados por gênero.
Ao mesmo tempo, a falta de acompanhamento psicológico e psiquiátrico adequado, especialmente para casos graves como o de Raphael, também contribui para tragédias como esta. O episódio levanta o questionamento: o que poderia ter sido feito para evitar tamanha perda?
O que vem a seguir
Enquanto familiares e amigos tentam lidar com a dor da perda, a investigação continuará buscando esclarecer os fatos. O caso de Marly Ferreira Paes não é apenas uma tragédia pessoal; ele também destaca lacunas na atenção à saúde mental e no combate à violência doméstica no Brasil.
Ao longo dos próximos dias, novos desdobramentos podem surgir, seja por meio da análise dos exames periciais, seja com depoimentos que tragam mais clareza sobre a dinâmica do crime. Por ora, o que resta é o luto por uma vida interrompida de forma brutal, e a esperança de que episódios como esse inspirem mudanças para prevenir novas tragédias.