O velório do Apóstolo Rina, fundador da Igreja Bola de Neve, realizado na última terça-feira (19) em São Paulo, foi marcado por um episódio de tensão que expôs disputas internas pelo comando da igreja. O líder religioso faleceu em um trágico acidente de moto, e o evento que deveria ser de despedida e homenagem se transformou em palco de conflitos.
Disputa pela liderança da igreja
Com o falecimento de Rina, a expectativa era que a pastora Denise Seixas, esposa do apóstolo e vice-presidente da instituição, assumisse automaticamente a liderança da Bola de Neve. No entanto, a cerimônia revelou uma tentativa de afastá-la do cargo, gerando questionamentos sobre a linha de sucessão na igreja.
Segundo relatos, Denise foi surpreendida ao ser apresentada a um documento por um advogado ligado à instituição. O teor do texto, segundo a pastora, indicava sua exclusão da sucessão. Denise se recusou a assinar sem entender todos os detalhes, o que desencadeou um impasse durante o evento.
Momento de tensão: “Eu só quero ler o documento”
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram Denise visivelmente abalada enquanto questionava a situação. Em um dos registros, ela exige acesso ao documento que lhe foi entregue, declarando: “Eu só queria dar uma olhadinha no documento. Só. Ela não deixou. Eu só quero ler. Tem algum problema?”
O episódio teria ocorrido em uma área reservada à administração, onde testemunhas relataram discussões acaloradas e até mesmo empurrões. Em meio ao tumulto, Denise chegou a pedir a presença da polícia para mediar a situação. O clima de desentendimento no local deixou evidente as divergências dentro da igreja em um momento de grande fragilidade para a família e a comunidade religiosa.
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O papel de Denise na Igreja Bola de Neve
Denise Seixas não era apenas a esposa do Apóstolo Rina, mas também sua parceira na fundação e expansão da igreja, que hoje é conhecida em todo o Brasil. Pastora e cantora gospel, Denise compartilhou mais de 20 anos de vida com o líder religioso, sendo uma figura central no crescimento da instituição.
Apesar de sua relevância na igreja, a relação do casal foi marcada por momentos difíceis. Em junho deste ano, Denise registrou uma denúncia contra Rina por violência doméstica, resultando na concessão de uma medida protetiva pela Polícia Civil de São Paulo. Na ocasião, o apóstolo foi obrigado a manter uma distância mínima de 300 metros da esposa. Esse histórico pode ter alimentado as tensões que agora se manifestam na disputa pelo futuro da liderança da igreja.
O futuro da liderança da Bola de Neve
A tentativa de exclusão de Denise da linha de sucessão levanta dúvidas sobre o futuro da Bola de Neve. Fundada no final dos anos 1990, a igreja é conhecida por seu estilo informal e abordagem moderna, atraindo principalmente jovens e criando uma identidade própria dentro do cenário religioso brasileiro.
A ausência de um plano de sucessão claro, agravada pelas disputas internas, pode comprometer a estabilidade da instituição em um momento crucial. O embate durante o velório, amplamente compartilhado nas redes sociais, trouxe à tona uma questão sensível: como a igreja irá lidar com a transição de liderança e as divergências entre seus membros?
Legado e desafios
O Apóstolo Rina deixa um legado significativo, sendo responsável por transformar a Bola de Neve em uma das igrejas mais influentes do país, com presença internacional. No entanto, sua partida repentina parece ter exposto conflitos internos que podem abalar a organização.
Denise, por sua vez, enfrenta um desafio duplo: lidar com a perda de seu companheiro e lutar pelo papel que acredita ser seu por direito dentro da igreja. Para os fiéis e observadores, a situação desperta incertezas sobre como a comunidade religiosa lidará com os conflitos e se conseguirá preservar os ideais e a missão estabelecidos por seu fundador.
Nesse momento de transição, a Bola de Neve terá de equilibrar seu compromisso com seus princípios e a necessidade de superar divergências internas, para que o legado de Rina continue vivo e relevante.