A tarde deste sábado (23) foi marcada por uma tragédia no coração do maior comércio popular de São Paulo. A empresária Jane Doca, proprietária da Dom Doca Esmalteria, foi brutalmente assassinada pelo ex-marido na movimentada Ladeira Porto Geral, próxima à Rua 25 de Março. O crime, cometido em plena luz do dia, foi registrado por câmeras de segurança e chocou comerciantes e frequentadores da região.
Quem era Jane Doca?
Jane era uma figura de destaque tanto no ramo empresarial quanto nas redes sociais. Em seu perfil pessoal no Instagram, com mais de 60 mil seguidores, compartilhava momentos de sua rotina, que incluíam o dia a dia no trabalho, entrevistas sobre negócios e momentos de lazer. Nas redes, ela aparecia frequentemente ao lado de celebridades, em viagens internacionais ou exibindo carros de luxo, mostrando o sucesso que alcançou como empresária.
A Dom Doca Esmalteria, marca fundada por Jane, era referência no setor de cuidados e estética para unhas. A loja, localizada justamente na Ladeira Porto Geral, acumulava mais de 500 mil seguidores no Instagram e era conhecida por divulgar dicas de produtos e promoções que atraíam um público fiel. O sucesso do negócio era uma extensão direta da personalidade empreendedora de Jane, que se tornou uma inspiração para muitos que a acompanhavam.
O crime
A tragédia aconteceu em um dos pontos mais movimentados de São Paulo, onde milhares de pessoas circulam diariamente em busca de compras e serviços. Segundo imagens de câmeras de segurança, o ex-marido de Jane a abordou na calçada da Ladeira Porto Geral, aparentemente durante uma discussão.
Nas gravações, é possível ver que a empresária tenta afastá-lo, chegando a empurrá-lo. No entanto, o homem saca uma arma de fogo e atira contra ela à queima-roupa. O ato gerou pânico entre os pedestres e trabalhadores do local, que reagiram prontamente. Após os disparos, o atirador foi imobilizado por pessoas que estavam na ladeira, sendo agredido até a chegada da Polícia Militar.
A empresária foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e levada à Santa Casa de Misericórdia, mas não resistiu aos ferimentos. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) confirmou que o caso foi registrado como feminicídio na 1ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). A arma utilizada no crime foi apreendida, e o autor está preso.
Repercussão e luto
A notícia da morte de Jane Doca repercutiu rapidamente nas redes sociais e no entorno da 25 de Março. A página oficial da Dom Doca Esmalteria publicou uma mensagem de luto, que recebeu uma enxurrada de comentários de clientes e seguidores lamentando a perda da empresária.
“Uma mulher inspiradora, batalhadora e um exemplo para tantas pessoas. Que a justiça seja feita”, escreveu uma seguidora. Outros aproveitaram para reforçar a urgência de combater o feminicídio no Brasil, um problema que, infelizmente, afeta milhares de mulheres todos os anos.
O feminicídio de Jane ocorre em um momento em que o país discute com mais intensidade a violência de gênero. Dados recentes apontam um aumento nos casos de feminicídio em diversas regiões do Brasil, reforçando a necessidade de medidas mais eficazes para proteger mulheres em situações de risco, especialmente em contextos de relacionamentos abusivos ou término.
Um problema que persiste
A violência contra mulheres no Brasil é uma realidade alarmante. Apesar das leis voltadas à proteção das vítimas, como a Lei Maria da Penha e a tipificação do feminicídio, o número de casos continua preocupante. Especialistas alertam que a denúncia de ameaças e comportamentos abusivos é fundamental para prevenir tragédias como a de Jane.