Sobe para 20 o número de mortos em acidente com ônibus em Alagoas

O número de mortos no trágico acidente envolvendo um ônibus que despencou de uma ribanceira em Alagoas no último domingo (24) subiu para 20. A Secretaria de Estado de Saúde (Sesau) confirmou nesta sexta-feira (29) o falecimento de Pedro Manoel da Silva, de 65 anos, que não resistiu às graves lesões sofridas no acidente.

Pedro Manoel: a última vítima confirmada

Pedro Manoel da Silva estava internado no Hospital Regional da Mata (HRM), onde passou por uma cirurgia em virtude de múltiplas fraturas. Após o procedimento, permaneceu entubado, mas seu estado de saúde crítico não permitiu a recuperação. A Sesau informou que o corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para determinar a causa oficial da morte.

Além de Pedro, outras 19 pessoas perderam a vida na tragédia. A secretaria também destacou que sete vítimas ainda estão hospitalizadas em unidades públicas, recebendo tratamento para os ferimentos.

Relembrando o acidente

O acidente ocorreu em uma área conhecida como “Serra da Barriga”, no município de União dos Palmares, interior de Alagoas. O ônibus transportava 45 passageiros quando despencou de uma ribanceira, causando cenas de destruição e desespero. O local, que carrega uma importância histórica por ser referência na luta quilombola, foi palco de uma tragédia que chocou o estado e o país.

Equipes de resgate trabalharam por horas no socorro às vítimas, enfrentando dificuldades devido à geografia do terreno. Além dos óbitos confirmados, dezenas de feridos foram atendidos em hospitais locais.

A Delegacia Regional de União dos Palmares já iniciou as investigações para determinar as causas do acidente. Segundo a Polícia Civil, um inquérito foi instaurado e os depoimentos estão sendo colhidos para esclarecer os fatos.

Problemas mecânicos: possível causa da tragédia

Durante uma entrevista coletiva, o delegado responsável pelo caso, Guilherme Martin Iusten, revelou que o motorista do ônibus havia relatado problemas mecânicos antes do acidente. Segundo a esposa do condutor, que prestou depoimento ao portal “Gazeta Web”, ele já havia alertado sobre falhas no veículo, mencionando especificamente que o ônibus poderia ter dificuldades para subir a Serra da Barriga.

“O motorista comentou com a esposa, antes de sair para o trabalho, que o ônibus não estava em boas condições para a viagem. Ele inclusive mencionou o trecho onde ocorreu o acidente, apontando que o veículo não subiria a serra,” afirmou o delegado.

As investigações buscam apurar se houve negligência na manutenção do veículo por parte da empresa responsável e se o acidente poderia ter sido evitado. Técnicos estão analisando o estado do coletivo e revisando registros de manutenção para identificar falhas.

Um estado em luto

A tragédia abalou não apenas as famílias das vítimas, mas também toda a comunidade de União dos Palmares e regiões próximas. Prefeituras locais decretaram luto oficial, e serviços de apoio psicológico foram disponibilizados para os sobreviventes e parentes dos envolvidos no acidente.

Nas redes sociais, mensagens de solidariedade às vítimas e pedidos por justiça se multiplicaram. Moradores da região também relataram que o trecho onde o acidente ocorreu é conhecido por ser perigoso, levantando questionamentos sobre a segurança das vias e a fiscalização de veículos que trafegam pela área.

A dor das famílias e o impacto na comunidade

Para as famílias das vítimas, o sofrimento é imensurável. Muitos estavam apenas voltando de compromissos cotidianos quando a tragédia os atingiu de maneira inesperada. Entre os mortos, havia trabalhadores, pais de família e jovens, cujas histórias agora integram o triste balanço deste acidente.

A tragédia reforça a necessidade de ações preventivas para garantir a segurança dos passageiros em viagens rodoviárias. Enquanto as investigações prosseguem, a dor e o luto continuam a marcar a rotina de quem perdeu entes queridos ou ainda luta pela recuperação de familiares feridos.

Próximos passos

Com o avanço do inquérito, a expectativa é que as responsabilidades sejam esclarecidas. Se confirmada a negligência, tanto a empresa de transporte quanto eventuais agentes responsáveis pela fiscalização podem ser responsabilizados judicialmente.

Enquanto isso, a tragédia serve como um lembrete sombrio sobre a importância de garantir a segurança nas estradas e a manutenção dos veículos de transporte coletivo.