A morte da empresária Priscila Morgana Diniz, ocorrida em outubro na Região Metropolitana de Porto Alegre, chocou pela brutalidade e pelas descobertas que vieram à tona com a investigação policial. Segundo a Polícia Civil, o crime foi arquitetado pela própria sogra da vítima. O inquérito, concluído na última quinta-feira (5), aponta que ela e outras duas pessoas estão indiciadas por feminicídio. A informação foi divulgada pelo portal g1.
O motivo por trás do crime
Conforme as investigações, a motivação seria patrimonial. A sogra de Priscila desejava evitar uma possível divisão de bens, caso o casamento de Priscila e Jonas Diniz da Silva, seu filho, chegasse ao fim. Esse detalhe reforça a hipótese de que a relação do casal estava em crise.
Além da sogra, outros dois suspeitos foram identificados graças a imagens de câmeras de segurança. O executor do crime é sobrinho da indiciada, enquanto o condutor da moto usada no dia do assassinato trabalhava como entregador em uma pizzaria de propriedade do executor.
A situação do marido de Priscila
Jonas, o marido da vítima, chegou a ser preso temporariamente durante a investigação. No entanto, ele foi liberado após prestar depoimento e colaborar com as autoridades. O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul explicou, em nota, que a prisão temporária só pode ser mantida enquanto for essencial para o andamento das investigações. Como a polícia solicitou a revogação, concluiu-se que a liberdade de Jonas não representaria riscos ao caso.
Como o crime aconteceu
O crime ocorreu na manhã do dia 12 de outubro, no bairro Canudos, em Novo Hamburgo, quando Priscila chegava ao trabalho. Ela foi abordada por dois homens em uma motocicleta enquanto descia de sua própria moto. Um dos criminosos tentou disparar nove vezes contra ela, acertando um tiro fatal na nuca.
Após o ataque, a vítima foi socorrida e levada ao hospital em estado grave, mas não resistiu. Os autores ainda levaram a moto de Priscila, que foi encontrada posteriormente no mesmo bairro.
Feminicídio: uma realidade alarmante
Casos como o de Priscila reforçam o debate sobre feminicídio no Brasil, um problema que ainda apresenta números alarmantes. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2023, o país registrou mais de 1.400 casos de feminicídio. Muitos desses crimes envolvem questões patrimoniais, disputas familiares ou controle sobre a vida da mulher.
O caso também levanta outra questão importante: a violência dentro do núcleo familiar. A suspeita de que a sogra possa ter sido a mandante do crime choca pela relação de proximidade, algo que deveria ser marcado por proteção, e não por tragédia.
Repercussão e próximos passos
A conclusão do inquérito representa um passo importante para a busca de justiça, mas o caso ainda está longe de um desfecho. Enquanto isso, a memória de Priscila segue viva entre familiares e amigos, que aguardam por respostas definitivas.
A Polícia Civil e o Ministério Público continuam acompanhando o caso, e novos desdobramentos podem surgir nas próximas semanas. O Correio informou que está tentando contato com os responsáveis pela defesa dos acusados, mas ainda não obteve retorno.
O feminicídio de Priscila Morgana Diniz não é apenas mais uma estatística. É um lembrete brutal de como a violência contra a mulher pode se manifestar de formas inesperadas e cruéis. O caso demanda atenção, não só por parte das autoridades, mas de toda a sociedade, que precisa enfrentar de maneira mais contundente esse tipo de crime.
Que a justiça seja feita e que a história de Priscila sirva como alerta para que tragédias como essa sejam prevenidas.