A luta de uma família de Plymouth por respostas médicas revelou um diagnóstico devastador que inicialmente foi ignorado como dores comuns de crescimento. Chloe Renshaw, uma adolescente de 15 anos no Reino Unido, começou a sentir dores intensas no joelho em outubro. O desconforto levou seu pai, Adam Renshaw, a buscar atendimento em uma unidade médica de urgência.
Apesar da preocupação, os profissionais de saúde tranquilizaram a família, explicando que os sintomas de Chloe eram normais em adolescentes e atribuíram as dores ao processo de crescimento. Contudo, o quadro rapidamente piorou. Em menos de duas semanas, a dor não apenas aumentou, como também começou a se espalhar pelas pernas. Em uma nova consulta, os médicos mantiveram o diagnóstico inicial e sugeriram exercícios físicos como solução.
“Eles nos garantiram que não era nada grave, apenas dores normais de crescimento. Então, confiamos neles”, disse Adam, de 43 anos, em entrevista ao MailOnline. “Eu insisti para que ela tentasse fazer os exercícios e voltasse para a escola, mas ela sentia dores insuportáveis.”
A descoberta do diagnóstico
A situação tornou-se insustentável quando Chloe passou a sofrer de dores constantes, dia e noite. “Naquela semana, antes de levá-la ao pronto-socorro, ela estava completamente exausta, chorando de tanta dor”, relatou Adam. Dessa vez, o pai foi enfático e insistiu que a filha fosse submetida a uma tomografia computadorizada. O exame revelou um tumor na coluna, algo que não havia sido cogitado anteriormente.
Após exames complementares, a família recebeu a pior notícia: o câncer de Chloe já havia se espalhado para outras áreas, como o osso pélvico, o crânio, os seios e o fígado. O diagnóstico abalou a todos, e a adolescente imediatamente iniciou uma rodada de quimioterapia. No entanto, o tratamento tem sido desafiador devido ao impacto severo da doença em seu sistema imunológico.
Um prognóstico difícil de aceitar
“Um dos oncologistas foi honesto comigo: eles acham que não há muito o que fazer por ela”, revelou Adam. “Esse câncer é extremamente rápido e agressivo. Eles não sabem se conseguirão controlá-lo.”
A declaração trouxe não apenas dor, mas também revolta. Adam criticou duramente o atraso no diagnóstico, destacando que histórias similares são comuns entre pais de crianças com doenças graves. “É absurdo como a luta para diagnosticar crianças é negligenciada. Já ouvi tantos relatos de outras famílias enfrentando a mesma demora e os mesmos erros.”
Mobilização por Chloe
Com o objetivo de dar à filha a melhor chance possível, Adam e sua família criaram uma campanha no GoFundMe para arrecadar fundos destinados ao tratamento. Além disso, criaram um grupo no Facebook para compartilhar atualizações sobre o estado de saúde de Chloe e organizar o apoio da comunidade.
A família também encontrou nas redes sociais uma maneira de transformar a dor em conscientização. Adam e Chloe decidiram documentar a jornada em vídeos. O primeiro deles, gravado logo após o diagnóstico, mostra Adam visivelmente abalado. O vídeo rapidamente se tornou viral.
“Quando recebi a notícia, minhas mãos tremiam. Resolvi gravar o momento e compartilhar. Depois disso, conversei com Chloe, e ela decidiu que também queria gravar vídeos para ajudar outras crianças que estão enfrentando tratamentos semelhantes”, explicou Adam.
Um exemplo de força e solidariedade
Chloe, apesar do diagnóstico difícil, tem mostrado coragem e determinação. Nos vídeos, ela fala abertamente sobre o tratamento, procurando inspirar outras crianças e famílias que enfrentam lutas parecidas. A iniciativa tem gerado uma onda de solidariedade, com milhares de mensagens de apoio chegando de todo o mundo.
A história de Chloe é um lembrete doloroso da importância do diagnóstico precoce e do papel essencial da empatia no cuidado com pacientes jovens. Apesar das adversidades, a família Renshaw continua lutando e encontrando força na comunidade que se uniu em torno deles.
Enquanto o futuro permanece incerto, Adam e Chloe esperam que sua história não apenas sensibilize as pessoas, mas também ajude a transformar o sistema de saúde para que outras crianças não passem pela mesma negligência. Como diz Adam: “Se nossa experiência puder salvar uma vida, já terá valido a pena compartilhar nossa jornada.”