João Augusto Liberato, filho do apresentador Gugu Liberato, falou pela primeira vez em detalhes sobre a relação do pai com Rose Miriam Di Matteo e as polêmicas em torno de sua vida pessoal. Em entrevista ao programa Fantástico neste domingo (15), João compartilhou como Gugu descrevia sua relação com Rose: uma parceria de amizade, sem intenções de casamento. Ele também comentou sobre as disputas envolvendo a herança do pai, que geraram debates sobre a sexualidade do apresentador.
Segundo João, o desejo de Gugu era claro desde o início: ele valorizava sua independência. “Meu pai nunca quis se casar. Ele gostava de ter a própria vida, de morar sozinho. Quando eu era pequeno, perguntava: ‘Pai, você vai casar com a mamãe?’. E ele respondia: ‘Filho, eu não tenho essa vontade. Somos amigos, parceiros’. Acho que tudo poderia ter sido resolvido em uma conversa de família”, revelou João, referindo-se à batalha judicial sobre a divisão dos bens de Gugu, avaliada em cerca de R$ 1,4 bilhão.
Cinco anos de disputa pela herança
Após a morte trágica de Gugu em novembro de 2019, causada por um acidente doméstico nos Estados Unidos, iniciou-se um longo impasse jurídico sobre o destino de sua fortuna. O testamento deixava 75% do patrimônio para os três filhos — João Augusto, Marina e Sofia — e os outros 25% para cinco sobrinhos. Rose Miriam, que não foi incluída no testamento, questionou a decisão, desencadeando uma batalha judicial que durou cinco anos.
“Esses anos foram muito difíceis para mim”, desabafou João. “Eu achava que seria algo tranquilo, que resolveríamos como família. Mas acabou se transformando em algo completamente diferente. Nunca imaginei que tudo chegaria a esse ponto.” Enquanto as irmãs, gêmeas, apoiaram a mãe na disputa judicial, João se manteve ao lado da tia, Aparecida Liberato, responsável pela execução do testamento.
João explicou a lógica por trás da decisão do pai: “Meu pai acreditava que a geração dos filhos sempre cuidaria dos pais. Por isso, ele não deixou nada diretamente para os irmãos, mas deixou para os sobrinhos. Do mesmo jeito, ele confiava que nós, como filhos, estaríamos aqui para ajudar a minha mãe, se necessário. Eu sempre defendi o desejo do meu pai. É a única forma de honrá-lo.”
Questões sobre a sexualidade de Gugu
Além da disputa pela herança, a exposição da vida pessoal de Gugu também trouxe à tona debates sobre sua sexualidade. Em maio de 2020, o chef Thiago Salvático entrou com uma ação para reconhecimento de união estável com o apresentador, mas desistiu meses depois. Ainda assim, o caso foi reaberto em 2023, após uma decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo.
João falou sobre o impacto dessas revelações: “Foi muito difícil. Meu pai era extremamente reservado. Ele evitava polêmicas, e de repente parecia que toda a imagem que ele construiu ao longo da vida estava sendo desfeita.” João também comentou sobre a dor de ver a vida pessoal do pai ser amplamente discutida na mídia: “Era como se meu pai não tivesse mais como se defender. Isso me machucou muito. Hoje, o que me conforta é saber que ele finalmente pode descansar.”
Segundo informações divulgadas no programa, a Justiça considerou que o suposto relacionamento entre Gugu e Salvático era de caráter clandestino. Em nota, os advogados de Salvático declararam que aguardam o julgamento de uma apelação. João, no entanto, reforçou que deseja preservar a memória do pai. “Ele sempre foi discreto e merecia ser lembrado pelo legado dele, não por polêmicas. É muito triste ver a mídia retratando ele de outra forma.”
O alívio de um desfecho
Com a disputa judicial chegando ao fim, João expressou alívio e saudades do pai: “Eu sinto falta dele todos os dias. A ausência dele me deixa com um vazio enorme. Queria que ele estivesse aqui para compartilhar esse momento, para ver que finalmente as coisas se resolveram.”
A trajetória de Gugu, um dos maiores apresentadores da televisão brasileira, deixou marcas profundas na mídia e na cultura popular do país. Sua morte, as polêmicas e a batalha judicial em torno de seu patrimônio trouxeram lições sobre família, legado e os desafios de se preservar uma memória pública. Ao fim, o desejo dos filhos é que a história de Gugu seja lembrada por tudo o que ele construiu, e não pelas controvérsias que surgiram após sua partida.
