Bianca Castyel, uma jovem transexual de 20 anos, foi brutalmente assassinada em sua quitinete localizada em Cuiabá, Mato Grosso. O crime chocou a comunidade local e gerou comoção entre seus quase 10 mil seguidores nas redes sociais, onde Bianca compartilhava momentos de sua rotina e se apresentava como blogueira.
O caso veio à tona nesta quinta-feira (19), e informações preliminares indicam que a vítima foi atingida por mais de dez facadas. Além disso, de acordo com o delegado Matheus Soares, responsável pela investigação, também foram encontrados sinais de estrangulamento no corpo de Bianca.
Detalhes da perícia
A Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) informou que, apesar das evidências de estrangulamento, a causa principal da morte foi uma hemorragia interna provocada pelos golpes de faca. O laudo definitivo ainda está em andamento, mas os exames preliminares já trazem elementos importantes para o caso.
Além disso, materiais biológicos foram coletados e encaminhados para análises laboratoriais, que poderão fornecer pistas sobre o autor do crime. O delegado destacou que ainda é cedo para confirmar se houve qualquer tipo de violência sexual, mas isso também está sendo investigado.
Suspeitas e cenário do crime
Um detalhe que chamou a atenção das autoridades foi o fato de que não havia sinais de arrombamento no imóvel de Bianca. Segundo o delegado, a porta da quitinete estava apenas encostada, o que levanta a suspeita de que o assassino fosse alguém do círculo de convivência da vítima.
“Essa ausência de arrombamento sugere que ela abriu a porta para alguém que conhecia ou permitiu a entrada dessa pessoa. Estamos analisando os relacionamentos e conexões da vítima para identificar possíveis suspeitos”, afirmou Matheus Soares.
A polícia já começou a ouvir pessoas próximas de Bianca, incluindo vizinhos e amigos, na tentativa de montar uma linha cronológica dos acontecimentos.
Uma vida interrompida
Bianca era mais do que uma figura nas redes sociais. Aos 20 anos, ela utilizava sua plataforma digital para compartilhar momentos simples do dia a dia, enquanto buscava representar a comunidade LGBTQIA+. Sua morte trouxe à tona não apenas a dor da violência que sofreu, mas também reflexões sobre a vulnerabilidade enfrentada por pessoas trans no Brasil.
De acordo com organizações de direitos humanos, o Brasil ainda ocupa o triste ranking de país que mais mata pessoas transexuais no mundo. Casos como o de Bianca Castyel são, infelizmente, frequentes e reforçam a necessidade de políticas públicas que garantam segurança e direitos básicos à população trans.
Investigações seguem em andamento
Até o momento, a polícia não revelou suspeitos ou qualquer motivação para o crime. No entanto, a coleta de provas e os depoimentos continuam sendo analisados. “Nosso foco é garantir que esse crime não fique impune. Já avançamos em algumas linhas de investigação e estamos trabalhando para identificar o responsável por esse ato brutal”, garantiu o delegado Soares.
O corpo de Bianca foi liberado para sepultamento após a realização dos exames necessários. Amigos e familiares da jovem se manifestaram nas redes sociais, lamentando sua morte precoce e pedindo justiça.
Repercussão nas redes sociais
A morte de Bianca gerou uma onda de solidariedade e indignação entre seus seguidores e ativistas LGBTQIA+. Diversas postagens foram feitas com a hashtag #JustiçaPorBianca, destacando a necessidade de combater a violência contra pessoas trans.
“Bianca era uma menina cheia de vida, com sonhos e muito amor para dar. Essa tragédia não pode ser esquecida. Precisamos de respostas e, acima de tudo, mudanças para evitar que casos assim se repitam”, escreveu uma amiga da vítima em uma publicação.
Conclusão
O assassinato de Bianca Castyel deixa um rastro de dor e questionamentos. Enquanto a investigação segue em busca de respostas, sua morte reforça a urgência de um debate mais amplo sobre violência, preconceito e a realidade enfrentada pela população trans no Brasil. Para Bianca, que usava sua voz nas redes sociais, a luta por representatividade e segurança não deve ser silenciada.