O número de desaparecidos na tragédia da ponte Juscelino Kubitschek, que liga os estados do Tocantins e do Maranhão, subiu para 15 nesta segunda-feira (23). A estrutura, localizada entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), desabou no domingo (22), deixando veículos e pessoas submersos nas águas do rio Tocantins.
Desabamento e números atualizados
Até o momento, uma morte foi confirmada: uma mulher de 25 anos que não resistiu após cair com seu veículo. Um homem de 36 anos foi resgatado com vida, mas sofreu uma fratura na perna e segue em recuperação. Segundo o Corpo de Bombeiros, 14 pessoas estavam desaparecidas até a noite de domingo, incluindo 12 adultos e duas crianças. Na manhã desta segunda-feira, o desaparecimento de um motociclista foi adicionado à lista, elevando o total para 15 vítimas.
Os desaparecidos incluem duas crianças, de 3 e 11 anos, duas mulheres, um mototaxista e sua passageira, um motociclista, um motorista de carro de passeio, três ocupantes de uma caminhonete e quatro motoristas de caminhões.
Cargas perigosas complicam buscas
As operações de resgate foram suspensas na noite de domingo devido a uma grave preocupação ambiental: dois caminhões que caíram da ponte estavam carregados com ácido sulfúrico. O vazamento do material contaminou as águas do rio Tocantins, representando um risco significativo para os mergulhadores e a população local. Além disso, outros caminhões transportavam defensivos agrícolas e placas de MDF.
Por conta dessa contaminação, as autoridades emitiram um alerta pedindo à população que evite qualquer contato com a água na região afetada. Equipes de especialistas foram mobilizadas para avaliar os impactos ambientais e garantir a segurança das buscas.
Estrutura precária e alertas ignorados
Moradores locais relataram que a tragédia já era esperada. A ponte Juscelino Kubitschek apresentava problemas estruturais há anos. Segundo Victor Costa, morador de Aguiarnópolis, que registrou imagens aéreas com um drone após o desabamento, a estrutura mostrava sinais claros de desgaste.
“Diversas denúncias já foram feitas pela população, tanto pelos buracos quanto pelo estado da ponte. A gente sabia que ela poderia desabar a qualquer momento. Passávamos por lá por necessidade, mas sempre com medo”, afirmou Victor.
Nas imagens capturadas por ele, é possível ver um carro preso na fenda que se formou após o colapso da ponte, além de caminhões submersos nas águas escuras do rio.
Tragédia expõe falhas na infraestrutura
O desabamento da ponte Juscelino Kubitschek não é um caso isolado no Brasil, onde a infraestrutura rodoviária enfrenta sérios problemas devido à falta de manutenção e investimentos. Estruturas antigas, como esta ponte sobre o rio Tocantins, são utilizadas diariamente por milhares de pessoas, mesmo com riscos evidentes.
O evento gerou indignação entre moradores e usuários frequentes da rodovia, que cobram explicações e medidas das autoridades estaduais e federais. Segundo relatos, as condições precárias da ponte foram motivo de várias reclamações, mas nenhuma ação concreta foi tomada para solucionar os problemas.
Busca por respostas e apoio às vítimas
Equipes do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar dos estados do Tocantins e Maranhão continuam mobilizadas para encontrar os desaparecidos e investigar as causas do desabamento. A prioridade, no momento, é garantir a segurança das equipes de resgate e minimizar os impactos ambientais causados pelo vazamento de materiais perigosos.
Enquanto isso, as famílias das vítimas aguardam notícias com angústia, em meio a promessas de apoio por parte das autoridades locais. Organizações de assistência social também começaram a se mobilizar para oferecer suporte às comunidades impactadas pela tragédia.
O desabamento da ponte Juscelino Kubitschek é mais uma tragédia que escancara a negligência com a manutenção da infraestrutura brasileira. Além das vidas perdidas, o evento expõe a necessidade urgente de medidas preventivas para evitar que desastres como este se repitam.