Na manhã do último domingo (22), a cidade de Gramado, no Rio Grande do Sul, foi palco de uma tragédia aérea que chocou o Brasil. Um avião de pequeno porte caiu na Avenida das Hortênsias, uma das principais vias da cidade turística, atingindo lojas e residências. O acidente resultou na morte dos 10 ocupantes da aeronave e deixou 17 pessoas feridas em solo, vítimas de inalação de fumaça e outros ferimentos.
Entre os relatos de sobreviventes, está o de Carlos Henrique Schmitz e Gabriela Laco, um casal de turistas de São Paulo que precisou fugir às pressas da pousada onde estavam hospedados.
Relato de desespero no momento do acidente
Carlos e Gabriela descreveram os momentos de tensão durante a queda. Em entrevista à RBS TV, Carlos contou que o casal estava dormindo quando ouviu um estrondo que parecia vir do muro do estabelecimento. “Foi um barulho ensurdecedor. No começo, achei que fosse algo causado pelas chuvas fortes dos últimos dias”, lembrou.
Ao perceberem que os escombros bloqueavam a porta e a janela do quarto, a situação ficou ainda mais dramática. “Tentei abrir a porta, mas não consegui. O vidro da janela quebrou, e consegui ver que tudo estava coberto de entulho. Foi quando o desespero bateu. Pensei que morreríamos inalando aquela fumaça”, relatou.
A fuga pela janela
Com a fumaça se espalhando rapidamente, o casal improvisou uma forma de escapar. Carlos usou uma toalha para cobrir o rosto e quebrou o restante do vidro da janela com as mãos. “Coloquei uma cadeira para ajudar na saída. Subi e puxei a Gabriela pelos braços quando a cadeira caiu. Entramos no entulho, tentando abrir caminho. Foi instinto de sobrevivência e adrenalina”, contou ele.
Gabriela detalhou o cenário do lado de fora: “Parecia um campo de guerra. Só tinha fumaça, entulho e um silêncio assustador. Era difícil acreditar no que estávamos vendo”. Após escaparem, os dois foram levados para o hospital, onde passaram o dia sob observação devido à inalação da fumaça.
O que se sabe sobre o acidente
A aeronave, que havia decolado do aeroporto de Canela com destino a Jundiaí, em São Paulo, colidiu com a chaminé de um prédio antes de cair em plena área urbana de Gramado. O impacto destruiu lojas, residências e causou um incêndio de grandes proporções.
Os 10 ocupantes do avião, todos integrantes de uma mesma família, morreram na queda. A tragédia também deixou 17 feridos em solo, sendo a maioria afetada pela inalação de fumaça e pelo colapso das estruturas atingidas.
Repercussão e investigações
A queda do avião gerou comoção imediata, tanto pela gravidade do acidente quanto pelo impacto na vida dos moradores e turistas da região. Gramado, conhecida por ser um dos principais destinos turísticos do Brasil, estava movimentada no momento do acidente, o que ampliou os riscos para quem circulava próximo ao local da queda.
As investigações preliminares indicam que a aeronave perdeu estabilidade durante o voo, mas as causas exatas ainda serão determinadas pela perícia. A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) já estão à frente do caso.
A solidariedade que emerge em meio à tragédia
Moradores, turistas e equipes de resgate uniram esforços para ajudar as vítimas e conter os danos. Enquanto profissionais da saúde prestavam atendimento aos feridos, comerciantes locais se mobilizavam para oferecer abrigo e suprimentos às pessoas afetadas.
Entre o caos e a tristeza, histórias de coragem e solidariedade se destacam, como a de um jovem que, mesmo ferido, ajudou a retirar outras pessoas do local. “Não dava para pensar. Só queria salvar quem estava ali”, contou ele a uma emissora local.
Um alerta sobre segurança aérea
O acidente em Gramado reacende o debate sobre a segurança de aeronaves que sobrevoam áreas urbanas densas. Especialistas apontam que, embora acidentes desse tipo sejam raros, eles trazem consequências devastadoras, principalmente em regiões movimentadas.
Para os familiares das vítimas, porém, nenhuma discussão ou investigação trará de volta os que se foram. Resta a esperança de que a tragédia sirva como aprendizado e impulsione medidas preventivas mais eficazes no futuro.