Confira as cidades afetadas por ácido e pesticida despejados em queda de ponte

Na segunda-feira, dia 23 de dezembro, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) divulgou uma notícia preocupante: o desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, no domingo (22/12), causou a queda de três caminhões que transportavam produtos químicos perigosos. Com a queda desses veículos, 22 mil litros de defensivos agrícolas e 76 toneladas de ácido sulfúrico, um produto super corrosivo, acabaram indo parar no Rio Tocantins.

A ponte ficava entre Aguiarnópolis, no estado de Tocantins, e Estreito, no Maranhão, ligando os dois estados. Não é de se surpreender que o impacto desse acidente tenha sido tão grande, afinal, não é todo dia que um desastre desse tipo acontece. Esses produtos químicos, se não forem controlados, podem causar danos terríveis ao meio ambiente, além de comprometer a qualidade da água.

Logo após o ocorrido, a ANA se juntou à Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais do Maranhão para acompanhar de perto a situação. Eles estão fazendo a coleta de amostras da água em cinco pontos do Rio Tocantins, que vão desde a barragem da Usina Hidrelétrica de Estreito até Imperatriz, cidade que fica mais para baixo do local do acidente, ou seja, onde a água contaminada pode chegar mais rápido. A ideia é verificar se a qualidade da água foi comprometida e entender a gravidade da situação. O monitoramento continua nesta terça-feira, 24 de dezembro, para garantir que as autoridades tenham os dados mais atualizados possíveis.

Ainda mais, a ANA pediu ajuda da Cetesb, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, para analisar essas amostras de água. A Cetesb é referência no Brasil quando o assunto é controle da qualidade da água, e vai ajudar a ANA a entender melhor os impactos dos defensivos agrícolas que caíram no rio, além de verificar a presença do ácido sulfúrico e outros produtos químicos mais complexos.

A situação é grave, já que 19 municípios podem ser afetados pela contaminação da água. Desses, 11 estão no Tocantins, entre eles Aguiarnópolis, Carrasco Bonito, Cidelândia, Itaguatins, Maurilândia do Tocantins, Praia Norte e outros. O resto das cidades afetadas fica no Maranhão, como Estreito, Imperatriz, Porto Franco, Ribamar Fiquene e mais. Essas cidades ficam ao longo do Rio Tocantins e, como o desabamento ocorreu em um ponto mais alto do rio, a correnteza pode arrastar a água contaminada para essas regiões.

O trabalho da ANA também incluiu o cálculo do tempo necessário para que a água contaminada chegue aos municípios mais distantes. Isso ajuda as autoridades a se prepararem melhor para o que pode vir, como, por exemplo, a suspensão do abastecimento de água nessas cidades.

Por precaução, o governo do Maranhão já orientou a suspensão da captação de água para o abastecimento público nos municípios ao longo do Rio Tocantins, abaixo do ponto do acidente. Isso é uma medida preventiva para garantir que a água não seja consumida antes de ser verificado se não há mais risco de contaminação.

Esse tipo de desastre é um grande alerta para todos nós sobre os riscos ambientais, especialmente quando envolvem produtos químicos tão perigosos. A situação ainda está sendo monitorada e, por enquanto, a principal preocupação é garantir que as pessoas não sejam expostas a esses produtos, que podem afetar tanto a saúde humana quanto a vida nos rios e na vegetação local.

Como alguém que mora próximo a rios e já presenciou desastres ambientais em menor escala, posso dizer que essas medidas de contenção e vigilância são essenciais. Não podemos simplesmente esperar que tudo se resolva sozinho. A responsabilidade é de todos: governantes, empresas e a população.