A manhã de terça-feira, 31 de dezembro, foi marcada pela dor e pela perda para os moradores do bairro Correnteza, em Alterosa, Minas Gerais. O corpo de Tayres dos Reis Ferreira, de 22 anos, foi encontrado em um córrego da região rural, próximo à propriedade de sua família. A jovem havia saído na tarde de segunda-feira, 30 de dezembro, com a intenção de pescar, mas não voltou para casa.
Buscas interrompidas pela noite e pela chuva
Tayres saiu de casa por volta do início da tarde, e sua ausência começou a preocupar os familiares ao cair da noite. A escuridão, combinada com o aumento do nível das águas do córrego devido às chuvas intensas daquele dia, dificultou as buscas. Mesmo assim, os parentes e vizinhos se uniram, esperando encontrar a jovem em segurança.
Na manhã seguinte, com a diminuição do volume de água, foi o pai de Tayres quem fez a descoberta mais temida. O corpo da jovem estava preso entre galhos a cerca de 40 metros do ponto onde ela foi vista pela última vez.
Chuva e correnteza: hipótese inicial
As autoridades acreditam que a tragédia tenha sido causada por uma enchente repentina, típica dessa época do ano, quando fortes chuvas atingem a região. Alterosa, inclusive, registrou tempestades acompanhadas de ventos intensos por volta das 16h da segunda-feira, o que reforça a possibilidade de que Tayres tenha sido surpreendida e arrastada pela força da correnteza.
Ainda assim, a Polícia Militar segue investigando o caso para esclarecer todas as circunstâncias que levaram ao óbito da jovem. Após o resgate, o corpo foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) de Poços de Caldas, onde será submetido a exames detalhados que podem confirmar as causas da morte.
Interferência no trabalho da perícia
Apesar de a Polícia Militar ter sido acionada para o caso, a perícia enfrentou dificuldades para realizar alguns procedimentos técnicos no local. Isso porque, na ânsia de resgatar o corpo, os familiares o retiraram da água antes da chegada dos peritos. Embora compreensível diante do desespero da situação, essa ação pode ter comprometido a coleta de informações precisas sobre o acidente.
Comoção na comunidade
A tragédia abalou profundamente os moradores da região e deixou familiares e amigos de Tayres desolados. Mensagens de solidariedade e apoio começaram a surgir, tanto de pessoas próximas quanto de desconhecidos tocados pela notícia.
“Ela era uma menina cheia de vida, que gostava de estar em contato com a natureza e sempre tinha um sorriso no rosto. É difícil acreditar que isso aconteceu”, disse uma vizinha, emocionada, enquanto acompanhava os preparativos para o velório.
Nas redes sociais, mensagens como “Que Deus conforte essa família” e “Força para todos nesse momento tão difícil” se multiplicaram, mostrando o impacto da perda na pequena comunidade rural.
Chuva, enchentes e riscos na zona rural
O caso de Tayres serve como alerta para os perigos das enchentes repentinas em áreas rurais. Esse tipo de fenômeno, comum em regiões montanhosas ou próximas a cursos d’água, pode ser desencadeado por chuvas localizadas e intensas, como as registradas em Alterosa na segunda-feira.
Especialistas recomendam que, em épocas de chuva forte, atividades como pesca, caminhadas próximas a rios ou córregos e travessias em áreas de risco sejam evitadas. Além disso, é importante que as comunidades rurais recebam mais informações e suporte para lidar com esses eventos climáticos.
Uma despedida precoce
A morte de Tayres deixa um vazio na vida de seus familiares, que ainda tentam entender e aceitar o ocorrido. Enquanto isso, a comunidade se une para apoiar a família nesse momento de luto.
O enterro da jovem será realizado nos próximos dias, e seus amigos e parentes se preparam para se despedir de alguém que, mesmo jovem, deixou sua marca na vida daqueles que a conheciam. Seu caso, além da tristeza, traz a reflexão sobre os riscos da força da natureza e a importância de se precaver diante de eventos extremos.