Turista faz desabafo doloroso após ser atingida por fogos de artifício em SC: “queimaduras de 2º e 3º grau”

Os fogos de artifício, tão comuns nas festas de fim de ano, podem se transformar em verdadeiras tragédias quando usados de forma imprudente. Foi exatamente isso que aconteceu em Navegantes, Santa Catarina, durante a virada de ano. Uma turista gaúcha de 27 anos, Bianca Miranda, viveu um pesadelo ao ser atingida por um rojão que entrou pela janela do apartamento onde estava hospedada.

O incidente deixou marcas profundas, tanto físicas quanto emocionais. Bianca sofreu queimaduras de segundo e terceiro graus no tórax e nas mãos. Segundo ela, tudo aconteceu em questão de segundos: enquanto observava a queima de fogos na janela, ao lado do marido, Victor Frasca, o artefato atravessou a abertura e a atingiu diretamente.

“Foi como se tudo estivesse em câmera lenta, mas ao mesmo tempo rápido demais para reagir”, contou ela em entrevista. Desesperada, Bianca tentou apagar as chamas com as próprias mãos, o que só piorou as lesões. O vestido que usava derreteu e grudou na pele, intensificando o sofrimento. Em um ato instintivo, ela correu para o chuveiro, na tentativa de conter os danos. “O medo de o fogo se espalhar pelo apartamento foi aterrorizante”, desabafou.

Falta de apoio no local

Além dos ferimentos graves, o que mais indignou Bianca foi a falta de assistência após o ocorrido. Segundo ela, ninguém no local se ofereceu para ajudar, e a sensação de abandono foi tão dolorosa quanto as queimaduras. “Foi um descaso completo. A gente nunca espera passar por algo assim e, quando acontece, percebe o quanto falta empatia nas pessoas”, lamentou.

Bianca aproveitou para levantar um alerta sobre os perigos dos fogos de artifício. Ela destacou que, embora sejam bonitos de assistir, o uso inadequado pode causar acidentes graves. “Tudo isso poderia ser evitado com mais conscientização e medidas de segurança. Não é só uma questão de sorte, é de responsabilidade”, afirmou.

Reflexão sobre o uso de fogos de artifício

Esse tipo de acidente não é novidade, mas continua sendo tratado com descaso em muitas cidades brasileiras. Enquanto em alguns países o uso de fogos já foi restrito ou substituído por drones e shows de luzes, por aqui, a fiscalização ainda deixa a desejar. Em 2023, por exemplo, várias cidades anunciaram proibição de fogos com estampidos devido aos danos causados a pessoas sensíveis ao barulho e animais, mas na prática, a aplicação dessas normas segue sendo um desafio.

No caso de Bianca, o rojão provavelmente foi lançado por alguém sem experiência ou cuidado, algo que poderia ter tido consequências ainda mais graves. “Se tivesse atingido meu rosto ou olhos, eu nem sei o que poderia ter acontecido”, refletiu.

A importância de conscientização

Histórias como a de Bianca são um lembrete de que é preciso repensar a forma como utilizamos fogos de artifício em nossas celebrações. A beleza de um espetáculo pirotécnico não pode justificar os riscos envolvidos. Para muitas pessoas, as festas de fim de ano são um momento de alegria, mas para outras, podem se transformar em tragédias que deixam marcas para a vida toda.

Fica o alerta: é hora de priorizar a segurança, investir em alternativas menos perigosas e cobrar das autoridades mais fiscalização e campanhas educativas. Como Bianca bem colocou, “a gente não pode esperar que mais pessoas passem por isso para começar a agir”.