Corpo de estudante desaparecido em Niterói é encontrado dentro de geladeira

O início de 2025 trouxe uma notícia trágica para a família de Gabriel Alves Ferreira, jovem de 22 anos, estudante de Educação Física e morador do bairro Santa Catarina, em São Gonçalo. Após dias de angústia e buscas incessantes, o corpo de Gabriel foi encontrado dentro da carcaça de uma geladeira abandonada na Avenida do Contorno, no bairro Barreto, em Niterói. O corpo, em avançado estado de decomposição, foi localizado no dia 3 de janeiro, mas a identificação formal só foi confirmada na última terça-feira (7).

A última vez que a família viu Gabriel foi na virada do ano, quando ele saiu para celebrar o Réveillon com amigos. Desde então, começou uma espera dolorosa, interrompida com a confirmação da pior notícia possível.

Investigação e Buscas por Justiça

No momento em que o corpo foi encontrado, a Polícia Militar isolou a área e acionou a Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, responsável pela investigação. As autoridades informaram que diligências estão em andamento e que testemunhas e familiares já estão sendo ouvidos para elucidar as circunstâncias do crime. No entanto, a motivação e os autores ainda não foram oficialmente identificados.

A mãe de Gabriel, Marilena Alves, de 49 anos, concedeu uma entrevista emocionada ao DIA, onde relatou o impacto devastador da notícia para a família. Segundo ela, o enterro está agendado para esta quarta-feira (8), às 13h30, no Cemitério do Pacheco, em São Gonçalo.

“Receber essa confirmação foi a coisa mais difícil da minha vida. A gente sempre espera um milagre, mas não foi o que aconteceu. Agora, queremos apenas justiça para o meu filho”, desabafou a mãe.

Uma Vida e Sonhos Interrompidos

Gabriel tinha um futuro promissor pela frente. Apaixonado por esportes, ele estudava Educação Física e sonhava em se tornar preparador físico. Para ajudar nas despesas, trabalhava como goleiro de aluguel em campeonatos amadores, onde era conhecido pelo talento e pela dedicação ao futebol.

Na noite do desaparecimento, Gabriel comemorou o Ano Novo na Praia de Icaraí, um dos pontos mais populares de Niterói durante as festas de fim de ano. Após a queima de fogos, ele e quatro amigos decidiram prolongar a comemoração em uma festa no MACquinho, um centro cultural localizado próximo ao Morro do Palácio.

Foi nesse local que tudo saiu do controle.

O Que Aconteceu Naquela Noite

De acordo com relatos preliminares, uma confusão envolvendo um dos amigos de Gabriel teria provocado a tragédia. Testemunhas contaram que o grupo teve uma desavença com um homem que seria traficante da região. Durante a briga, o amigo de Gabriel teria sido agredido com uma coronhada. Gabriel, tentando defendê-lo, pegou a arma que caiu no chão e jogou-a para longe.

“Meu filho nunca foi de confusão, mas ele não ia deixar um amigo sozinho numa briga. Disseram que ele correu para ajudar e tentou afastar o perigo. Mas os traficantes o agarraram na escada e o mataram”, explicou Marilena.

Os amigos de Gabriel fugiram no momento da confusão. “Eles disseram que não viram tudo. Estavam assustados e correram. Eu não os culpo. Mas meu filho ficou para trás. E agora só queremos saber por que fizeram isso com ele.”

Reflexão e Dor

O caso de Gabriel Alves Ferreira é mais um que expõe a violência que tira vidas precocemente. Jovens com sonhos, planos e famílias amorosas se tornam vítimas de uma realidade brutal. Sua morte não é apenas uma estatística: é um lembrete doloroso de que a insegurança e o medo ainda pairam sobre muitas comunidades no Brasil.

Enquanto a família e os amigos se despedem, as investigações continuam. Para Marilena e todos que conheciam Gabriel, a esperança agora reside em uma resposta justa e na lembrança de um jovem cheio de vida, cuja memória permanecerá viva nos corações daqueles que o amaram.





Recomendamos