“O cão atentou”, afirma homem que esfaqueou ex e dopou filhos com Rivotril

João Paulo de Oliveira Costa Pereira, de 33 anos, foi preso em flagrante na tarde dessa segunda-feira (13/1), em Samambaia, depois de tentar matar a ex-mulher, de 29 anos, em Ceilândia. Segundo o que ele contou para a polícia, estava “remoendo” algumas traições que ele achava que ela tinha cometido e, por isso, foi atrás dela. Ele ainda afirmou que “o cão atentou”, mas ninguém sabe muito bem o que isso quer dizer.

Durante o depoimento, João Paulo acabou admitindo que tentou matar a ex, dizendo que estava muito irritado e descontrolado. Ele ainda revelou que dopou os filhos, de 9 e 5 anos, para que eles não vissem a briga. Ele usou Rivotril, um remédio que toma pra dormir, mas teve a ideia de dar menos para as crianças, dizendo que o remédio era muito forte. Ele botou três gotas pra cada uma das crianças, e aí elas dormiram tranquilinhas na cama da mãe.

Depois disso, o homem se escondeu atrás da cama da ex-mulher, esperando ela chegar. Quando ela entrou em casa, ele a agrediu e ainda deu três facadas nela. Eles estavam separados há quatro meses, mas a briga acabou piorando a situação. Felizmente, a mulher conseguiu escapar e pediu ajuda. Ela está fora de perigo e as crianças também estão bem.

O que chamou atenção no caso foi o fato de João Paulo estar usando tornozeleira eletrônica, mas ele violou as regras ao romper o dispositivo, deixando ele na casa da mãe. Ele chegou até a casa da ex-mulher enquanto ela não estava lá e, com a ajuda das crianças, entrou na casa. A vítima teve dificuldade para entrar quando voltou, porque o filho mais velho não estava conseguindo abrir o portão. Ela até chamou um chaveiro para conseguir acesso. Quando conseguiu entrar, viu que as crianças estavam dormindo, o que deixou ela ainda mais preocupada. Então, foi quando ela ligou para o Corpo de Bombeiros, mas, enquanto esperava ajuda, acabou sendo atacada pelo ex.

Uma vizinha, que preferiu não se identificar, contou à reportagem que a cena foi desesperadora. Ela estava fazendo a louça quando ouviu gritos na rua. A mulher correu até ela pedindo socorro, dizendo: “Não me deixe morrer”. A testemunha, que já sabia do histórico de violência de João Paulo, a ajudou a parar o sangramento até a chegada do socorro.

O caso é um exemplo claro de como o ciclo de violência pode acabar tomando proporções mais graves. A mulher era muito reservada, e muitos dos vizinhos sabiam que o agressor já havia sido preso antes por outras agressões, mas nunca imaginavam que algo tão violento aconteceria. Mesmo depois de tanto tempo separados, João Paulo não conseguia se controlar e procurou a ex-mulher com uma fúria que não fazia sentido. O mais impressionante de tudo isso é como ele usou as crianças como parte do plano dele, dopando-as para garantir que não vissem a cena de violência.

Essa história ainda está se desenrolando e os detalhes da investigação devem aparecer em breve, mas já fica claro que situações como essa, infelizmente, são mais comuns do que imaginamos, e a denúncia é fundamental para quebrar o ciclo de violência.



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