Em um trágico erro ocorrido em Vancouver, no estado de Washington, nos Estados Unidos, um hospital desconectou os aparelhos que mantinham vivo um homem após solicitar autorização para a família errada. O caso, que aconteceu em agosto de 2021 no PeaceHealth Southwest Medical Center, veio a público recentemente e gerou comoção e indignação.
Uma confusão que custou uma vida
David Wells, a vítima do incidente, foi internado após engasgar com um pedaço de carne. Enquanto recebia tratamento intensivo, a equipe médica tentou entrar em contato com seus familiares para decidir se os aparelhos de suporte à vida deveriam ser mantidos. No entanto, devido a uma falha grave de comunicação, os médicos confundiram David com seu colega de quarto, Mike Beehler.
Ao invés de contatarem os parentes de Wells, os profissionais ligaram para Debbie Danielson, irmã de Mike Beehler. Sem saber do erro, os médicos informaram a Debbie que seu irmão estava em estado crítico e “basicamente com morte cerebral”.
“Eles perguntaram se eu queria mantê-lo em suporte de vida ou desligar os aparelhos,” contou Debbie em entrevista à emissora KGW. Após ouvir a avaliação da equipe médica, ela decidiu autorizar a interrupção do suporte.
O choque da descoberta
Dias depois, Debbie recebeu uma ligação que a deixou em choque: era o próprio Mike Beehler, seu irmão, que supostamente havia falecido. A notícia de que ele estava vivo trouxe alívio, mas também revelou o erro terrível cometido pelo hospital. Ao invés de Beehler, os aparelhos de suporte à vida haviam sido desligados de David Wells, que morreu como resultado.
“Eu fiquei devastada. Descobrir que minha decisão tirou a vida de outra pessoa é algo que não consigo superar,” relatou Debbie. Imediatamente, ela acionou as autoridades para denunciar o ocorrido.
Processo judicial contra o hospital
A família de David Wells, assim como os irmãos Beehler, entraram com ações legais contra o PeaceHealth Southwest Medical Center. Ambos os grupos afirmam que a negligência do hospital causou dor emocional irreparável.
Os advogados das famílias alegam que a confusão poderia ter sido evitada com protocolos mais rigorosos de identificação e comunicação. Embora o valor das indenizações solicitadas não tenha sido divulgado, espera-se que o caso gere precedentes importantes na área da saúde para evitar tragédias semelhantes.
Uma tragédia que expõe falhas no sistema
Erros médicos, especialmente relacionados à identificação de pacientes, são mais comuns do que se imagina, mas raramente chegam a ter consequências tão graves quanto neste caso. Especialistas destacam que hospitais precisam implementar práticas mais rigorosas, como checagens múltiplas e o uso de tecnologia para identificar corretamente os pacientes antes de tomar decisões críticas.
Para a família de David Wells, a perda foi especialmente dolorosa por se tratar de uma situação completamente evitável. Um de seus parentes comentou à imprensa local: “É inacreditável que um erro tão básico tenha custado a vida de alguém. Nossa família está destruída.”
Reflexão e medidas futuras
O caso reacendeu debates nos Estados Unidos sobre a segurança no atendimento hospitalar e o impacto emocional de decisões médicas erradas. Instituições de saúde estão sendo pressionadas a revisar seus processos para evitar confusões que possam colocar vidas em risco.
Enquanto isso, tanto a família de Wells quanto os Beehler tentam lidar com as consequências emocionais do ocorrido. Debbie, por exemplo, relatou que ainda luta contra a culpa: “Mesmo sabendo que não foi minha culpa direta, é impossível não se sentir responsável.”
O PeaceHealth Southwest Medical Center ainda não emitiu um comunicado público detalhado sobre o incidente, mas espera-se que o hospital implemente mudanças estruturais para garantir que casos assim não se repitam.
A história serve como um lembrete de como pequenas falhas podem gerar impactos devastadores e reforça a importância de processos claros e precisos em todos os aspectos do atendimento médico.