Nesta terça-feira (21), foi confirmada a prisão do motorista da carreta envolvida no acidente na BR-116, ocorrido em 21 de dezembro, que resultou na morte de 39 pessoas. A tragédia marcou o final de 2024 como um dos mais graves acidentes rodoviários do país.
Detalhes da prisão
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), anunciou a prisão nas redes sociais, destacando que as investigações da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) revelaram que o condutor, de 49 anos, estava sob efeito de substâncias ilícitas no momento do acidente. Segundo o laudo, ele havia consumido álcool, cocaína e ecstasy.
A ordem de prisão foi decretada pelo juiz Danilo de Mello Ferraz, da 1ª Vara Criminal de Teófilo Otoni. Na decisão, o magistrado afirmou que não se tratava de um simples erro de condução, mas de uma escolha deliberada que assumiu riscos extremos, amplificados pelo uso de drogas.
Inicialmente, a Justiça havia negado a prisão preventiva, mas novos elementos apresentados durante as investigações mudaram o rumo do caso. Entre os fatores agravantes, constatou-se que o motorista não verificava adequadamente a carga transportada, não respeitava os limites de peso e dirigia em alta velocidade.
A carreta carregava mais de 68 toneladas, embora cada reboque tivesse capacidade máxima de 30 toneladas. Além disso, o motorista admitiu que não conferia regularmente a amarração do material transportado.
Romeu Zema reforçou sua posição em relação ao caso: “Em Minas, não há impunidade.” O motorista foi localizado e preso em Barra de São Francisco, no Espírito Santo.
Relembrando a tragédia
O acidente aconteceu na madrugada de 21 de dezembro, em um trecho da BR-116, próximo a Teófilo Otoni, Minas Gerais. O cenário foi devastador: uma carreta, um ônibus e um carro se envolveram na colisão que ceifou 39 vidas.
As vítimas estavam no ônibus, que fazia a rota entre São Paulo e a Bahia. Segundo o delegado Saulo Castro, da PCMG, o acidente foi causado pelo desprendimento de um bloco de granito da carreta. Em um trecho de declive com curva, a peça de grande porte caiu da parte traseira do veículo e atingiu o ônibus em cheio.
A empresa de transporte Emtram, responsável pelo ônibus, divulgou os nomes das vítimas, gerando uma onda de comoção nas redes sociais. Muitas das pessoas a bordo viajavam para celebrar o fim de ano com suas famílias.
Impacto e desdobramentos
O acidente escancarou falhas no transporte de cargas pesadas no Brasil. Especialistas têm discutido o controle inadequado de peso e a fiscalização precária em rodovias, especialmente em trechos movimentados como a BR-116. A falta de manutenção de equipamentos e o descaso com protocolos de segurança também foram apontados como fatores que agravam o risco de acidentes.
Além disso, a tragédia gerou um alerta para o uso de substâncias ilícitas por motoristas profissionais. O caso reforça a necessidade de maior controle sobre as condições de trabalho desses condutores e a aplicação de testes toxicológicos mais frequentes e rigorosos.
Homenagem às vítimas
Os 39 passageiros do ônibus tiveram suas histórias interrompidas de forma trágica. Entre as vítimas, estavam famílias inteiras, incluindo crianças como Pyetro Enzo da Silva Costa e Camilly S. Santos, além de idosos que viajavam para reencontrar parentes durante as festas de fim de ano.
A lista completa dos nomes foi amplamente divulgada pela imprensa, e a população acompanhou de perto o trabalho da PCMG na identificação e liberação dos corpos para os familiares. Cerimônias em memória das vítimas foram realizadas em diversas cidades, com homenagens emocionadas que demonstraram a dimensão do impacto desse acidente.
Esperança por justiça
A prisão do motorista traz algum alívio para as famílias das vítimas, mas o sentimento de perda permanece. O caso, agora, segue como um marco para a discussão sobre segurança nas estradas brasileiras, com a esperança de que medidas preventivas possam evitar tragédias semelhantes no futuro.
Enquanto a justiça faz seu trabalho, o luto das famílias lembra ao país a necessidade de valorizar vidas e exigir responsabilidades. A memória das vítimas não será esquecida.