O dono do avião que era pilotado por Raphael Alvarez Fonseca, de 38 anos, registrou na polícia uma denúncia por apropriação indébita. Raphael, natural de São Paulo, está desaparecido desde 17 de dezembro de 2024, quando viajava a trabalho para Barra dos Garças, no Mato Grosso. A aeronave pertencia a Pedro Henrique Borges da Silva, que relatou estar negociando a venda com o empresário Tiago Gomes. Durante as tratativas, Gomes contratou Raphael para um voo de teste, mas o avião nunca foi devolvido.
Segundo informações do portal Metrópoles, a negociação começou quando Gomes demonstrou interesse em adquirir a aeronave. Ele solicitou testes e agendou um voo partindo de Goiânia, Goiás, no dia 12 de dezembro de 2024, com destino a uma de suas fazendas em Barra dos Garças. A devolução do avião estava prevista para o dia 20 de dezembro.
No entanto, no dia combinado, apenas o piloto apareceu no hangar. Ele retirou a aeronave e registrou o plano de voo na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Durante esse período, Gomes confirmou interesse na compra e chegou a enviar dados da sua empresa para formalizar a transação. Quando chegou o dia da devolução, o avião não retornou. Pedro tentou contato com Tiago Gomes, mas foi ignorado por várias semanas. Só no dia 8 de janeiro Gomes voltou a se comunicar, informando que o piloto havia desaparecido.
A partir disso, Pedro pediu que o empresário acionasse o Salvaero, órgão da Força Aérea Brasileira responsável por buscas e resgates. Apesar de concordar, Gomes não tomou as providências combinadas e não compareceu a um encontro agendado em Goiânia para resolver a situação. Desde então, ele não responde às tentativas de contato, levando Pedro a denunciá-lo por apropriação indébita. O caso agora é investigado pela Polícia Civil, mas até o momento, nem Tiago Gomes nem sua defesa foram encontrados para comentar o ocorrido.
O desaparecimento do piloto
Raphael Alvarez Fonseca, morador de Caucaia do Alto, Cotia, no interior de São Paulo, era um piloto experiente que aceitou a proposta de trabalho para voar até Barra dos Garças. Ele fez seu último contato no dia 17 de dezembro, uma mensagem breve para a esposa em que dizia: “Não fala muito, tô voando. Bj”. Depois disso, nunca mais foi visto.
A família de Raphael relatou que ele havia iniciado um trabalho em Manaus no início de dezembro, mas, ao final da missão, aceitou um novo contrato para o Mato Grosso. Seu retorno estava previsto para o Natal, mas o piloto desapareceu antes de concluir o serviço.
No dia 16 de dezembro, Raphael fez uma videochamada para seu pai, Genildo Fonseca, informando que estava em Barra dos Garças e planejava voltar para casa em breve. “Ele disse que estava tudo bem e que voltaria antes do Natal. Eu fiquei tranquilo, mas depois, quando tentei falar com ele novamente, o número já não atendia mais”, relatou Genildo em entrevista ao UOL.
No dia seguinte, Raphael trocou mensagens rápidas com a esposa, mas, após isso, deixou de responder e não voltou para casa. Preocupado, Genildo registrou o desaparecimento na Polícia Civil de São Paulo, procurou a Polícia Federal e também notificou a Anac. As buscas continuam, mas até agora não há indícios de que o piloto tenha chegado ao destino final.
Um detalhe intrigante
Um ponto que chamou atenção da família foi o prefixo do número utilizado por Raphael para a videochamada com o pai: era da Bolívia. Genildo considerou isso suspeito e entrou em contato com o consulado boliviano. No entanto, foi informado de que não havia registros de entrada do filho no país. “Também verificamos hospitais e ocorrências policiais, mas nada. Estamos no escuro”, desabafou.
A família segue realizando campanhas nas redes sociais, pedindo informações sobre o paradeiro de Raphael. Até o momento, nenhuma pista concreta foi encontrada. O caso segue em investigação, deixando parentes e amigos do piloto na espera por respostas.
Com tantas questões em aberto, o mistério envolvendo o desaparecimento de Raphael e o avião parece estar longe de ser resolvido.