Lula não perdoa e ataca Donald Trump: “vive de bravatas”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou sobre a situação da Faixa de Gaza e criticou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por sua intenção de assumir a região. Lula, conhecido por sua maneira direta de se expressar, disse que Trump é aquele tipo de político que só gosta de “fazer bravata”, ou seja, ficar falando sem realmente fazer nada de concreto.

Em suas palavras, ele lembrou que os Estados Unidos têm se envolvido nas ações de Israel contra Gaza, e por isso, não faz sentido o presidente americano se reunir com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, para planejar algo como “recuperar Gaza” e “morar lá”. Ele questionou onde os palestinos iriam ficar e qual seria o futuro deles, já que, para Lula, a ideia parece um completo absurdo.

Lula ainda fez duras críticas ao encontro de Trump com Netanyahu, dizendo que essa reunião foi algo que “não dá para entender” por ninguém que tenha um mínimo de bom senso. “As pessoas precisam parar de falar bobagens e começar a ter um pouco de razão nas coisas que dizem”, comentou o presidente. Ele também afirmou que o que está acontecendo em Gaza não é nada menos do que um genocídio. Para ele, os Estados Unidos não são o país certo para lidar com a situação de Gaza, que, na sua visão, deve ser resolvida pelos próprios palestinos, com o apoio para reconstruir tudo o que foi destruído durante o conflito.

Além disso, o presidente Lula falou sobre o caso dos brasileiros que foram deportados pelos Estados Unidos no começo do governo Trump. Esses brasileiros estavam em busca de uma vida melhor nos EUA, mas acabaram sendo deportados de volta para o Brasil. Lula usou a palavra “repatriação” para descrever o processo, destacando que esses brasileiros, ao saírem do Brasil, estavam na busca de oportunidades, e que a situação deles não deve ser tratada com indiferença. Ele também falou sobre o modo como a deportação foi feita pelos americanos, lembrando que no voo que trouxe os deportados para Manaus, as condições foram desumanas.

O problema maior, segundo Lula, foi que os deportados chegaram ao Brasil algemados, em uma situação que ele considera abusiva. “Mais grave ainda foi o avião ter tido problemas de pressurização, e eles ainda queriam levar essas pessoas acorrentadas para Minas Gerais”, contou. Isso gerou uma série de questionamentos sobre o tratamento dado aos brasileiros por parte dos Estados Unidos. Lula lembrou que, quando o avião aterrissou no Brasil, os deportados passaram a ser responsabilidade das autoridades brasileiras, e não mais dos americanos. “Quando eles entram no Brasil, as leis são as nossas”, afirmou o presidente.

Por fim, Lula fez questão de destacar que, embora o tratamento aos deportados tenha sido ruim, não é culpa de Trump diretamente, mas sim de uma política que não respeita a dignidade dos cidadãos, principalmente os mais vulneráveis. Ele reafirmou que o Brasil dará todo o apoio possível aos deportados, tratando-os com “muito carinho”, como se fossem compatriotas que merecem respeito e cuidado.

Lula sempre teve uma postura crítica em relação aos Estados Unidos, principalmente nas questões de política externa. No entanto, ele também demonstrou preocupação com os brasileiros em dificuldades no exterior, defendendo que o Brasil tem que ser acolhedor com seus cidadãos, independentemente de onde estejam no mundo.