Virgínia é condenada após cliente comprar e não receber óculos

A influenciadora digital Virgínia Fonseca, conhecida por seu enorme número de seguidores nas redes sociais, foi condenada pela Justiça do Paraná após um problema com a venda de óculos de sol que ela anunciou nas suas plataformas. O caso começou quando uma consumidora de Maringá, no norte do estado, comprou o produto após ver a publicidade no perfil de Virgínia, que conta com mais de 52 milhões de seguidores no Instagram.

A compra foi feita no dia 6 de abril de 2023. A consumidora, fã da influenciadora, viu o anúncio do óculos e decidiu comprar. Ela até recebeu um e-mail confirmando o pedido e o pagamento, mas o produto nunca chegou até ela. Depois de várias tentativas sem sucesso de resolver o problema, ela procurou o Procon, mas o caso não foi solucionado de imediato.

Em resposta à ação judicial, Virgínia Fonseca tentou recorrer, mas a decisão inicial foi mantida. A Justiça do Paraná entendeu que, como a influenciadora foi a responsável pela divulgação do produto, ela também tinha a obrigação de garantir que o produto fosse entregue corretamente. Além disso, a reputação de Virgínia, que é bastante conhecida, fez com que a consumidora confiasse no produto, o que acabou gerando o prejuízo, já que o óculos não foi entregue.

O juiz responsável pelo caso apontou que os “publiposts” feitos por Virgínia nas redes sociais deveriam ser tratados como anúncios publicitários, já que promovem produtos de forma paga e dirigida a um grande público. O entendimento é de que, ao divulgar um produto com seu nome, a influenciadora acaba assumindo a responsabilidade sobre o produto que está sendo oferecido.

No começo, a cliente pediu uma indenização no valor de R$ 5.130, sendo R$ 2.565 pelo valor pago no óculos e mais R$ 5 mil por danos morais. Mas após a decisão, o valor foi reduzido. O juiz determinou que o valor a ser pago fosse de R$ 4.130, e depois de um novo recurso da influenciadora, o valor final foi ajustado para R$ 2.130.

O advogado da consumidora, Luiz Guilherme Manrique, afirmou que a decisão foi um passo importante para os consumidores, destacando que ela traz um alerta para a necessidade de mais ética e transparência no mercado da influência digital. “Essa condenação não é só uma vitória para a cliente, mas também serve para reforçar que influenciadores têm responsabilidades quando divulgam produtos e serviços. Esperamos que o mercado da influência digital se torne mais transparente e ético”, declarou.

O caso de Virgínia Fonseca virou um exemplo da responsabilidade que influenciadores digitais têm ao promover produtos nas redes sociais. A condenação mostra que, ao utilizar a imagem e a credibilidade para impulsionar produtos, esses profissionais devem garantir que os consumidores não sejam lesados. A decisão pode ser um alerta para outros influenciadores, empresas e até consumidores, que devem ficar mais atentos a como funcionam as publicidades online e o que fazer quando algo dá errado.