Um mês após o grave acidente aéreo que chocou a cidade de Ubatuba, no litoral norte de São Paulo, a empresária Mireylle Fries, de 41 anos, seu marido Bruno Almeida Souza, de 45, e os dois filhos do casal, de 6 e 4 anos, continuam internados no Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista. Apesar dos avanços no tratamento, não há previsão para que a família receba alta.
Relembre o acidente
Na manhã do dia 9 de janeiro, um avião de pequeno porte, modelo Cessna Citation 525, de matrícula PR-GFS, ultrapassou a pista do aeroporto de Ubatuba e colidiu próximo à Praia do Cruzeiro. A aeronave seguia em direção ao mar quando explodiu, deixando cinco pessoas a bordo: Mireylle, Bruno, os dois filhos do casal e o piloto Paulo Seghetto, de 55 anos.
Infelizmente, Seghetto foi a única vítima fatal, ficando preso nas ferragens após a explosão. Seu corpo foi enterrado no dia seguinte, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.
Banhistas e moradores que estavam na orla da praia ajudaram no resgate das vítimas. Um dos socorristas relatou que a empresária Mireylle, mesmo gravemente ferida, conseguiu indicar que seus filhos e marido ainda estavam dentro do avião. “Foi a força dela que nos ajudou a salvar as crianças”, disse o homem que participou da operação de resgate.
Além das pessoas a bordo, três pedestres que estavam no local também sofreram ferimentos leves, incluindo uma mulher de 59 anos que torceu o pé e machucou o joelho enquanto tentava escapar dos destroços.
Internação e estado de saúde
Inicialmente, Mireylle e sua família foram levados para a Santa Casa de Ubatuba, onde a empresária passou por uma cirurgia de emergência. Posteriormente, todos foram transferidos para o Hospital Regional do Litoral Norte, em Caraguatatuba, e, mais tarde, para o Hospital Sírio-Libanês, onde permanecem sob cuidados intensivos.
A recuperação da família tem sido lenta e delicada, refletindo a gravidade do acidente. Médicos evitam estimar uma data para a alta, enquanto parentes e amigos aguardam ansiosamente por notícias positivas.
Investigações em andamento
O acidente está sendo investigado por diversas autoridades, incluindo o Ministério Público de São Paulo (MPSP), a Polícia Civil, a Polícia Federal e o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). A delegada Ana Carolina Pereira de Oliveira, responsável pelo inquérito, afirmou que pretende ouvir o depoimento das vítimas assim que elas estiverem em condições de falar.
Até agora, apenas testemunhas que ajudaram no resgate foram ouvidas, mas nenhuma informação relevante para o caso foi revelada. Os investigadores aguardam os laudos periciais do Cenipa, que analisarão os equipamentos da aeronave para entender o que pode ter causado o acidente.
O piloto Paulo Seghetto havia consultado a torre do aeroporto no dia anterior ao acidente, solicitando informações sobre as condições climáticas na região. No entanto, ainda não está claro se o clima desempenhou algum papel no ocorrido.
Diante da complexidade do caso, os responsáveis pela investigação solicitaram a prorrogação do prazo para a conclusão do inquérito por mais 30 dias.
Imagens e comoção nas redes sociais
Imagens do acidente circulam nas redes sociais, mostrando a aeronave destruída e envolta em fumaça, enquanto equipes de resgate e curiosos se mobilizavam para ajudar. O caso comoveu internautas, que compartilharam mensagens de solidariedade à família e às vítimas do acidente.
A tragédia também reacendeu debates sobre segurança em pequenos aeroportos e a necessidade de uma maior fiscalização em voos privados.
O legado da tragédia
Apesar do luto pela perda do piloto Paulo Seghetto, a sobrevivência da família Fries é um símbolo de esperança em meio ao caos. A coragem de Mireylle durante o resgate foi amplamente elogiada, destacando sua determinação em salvar seus filhos mesmo em um momento de extremo perigo.
Enquanto a investigação segue, a expectativa é de que o caso traga lições importantes sobre segurança aérea e inspire mudanças que possam evitar acidentes semelhantes no futuro.