Trágico acidente de ônibus deixa ao menos 51 mortos

Uma tragédia abalou a Guatemala nesta segunda-feira (10), quando um ônibus com mais de 70 passageiros despencou de um precipício na entrada da Cidade da Guatemala. O saldo do acidente é devastador: pelo menos 51 mortos, segundo informações confirmadas pelas equipes de emergência.

José Santizo, do Corpo de Bombeiros Municipal, informou que as operações de resgate envolveram várias instituições de alerta do país. “Formamos um comando unificado para trabalhar de forma eficiente. Até o momento, removemos 51 corpos”, relatou ele à imprensa. Victor Gomez, porta-voz dos Bombeiros Voluntários, também confirmou o número de mortos no necrotério provisório montado próximo ao local do acidente.

O presidente da Guatemala, Bernardo Arévalo, declarou luto nacional e manifestou solidariedade às famílias das vítimas. “Hoje é um dia extremamente doloroso para o nosso país. A tragédia na Ponte de Belize nos destrói como nação. Estamos mobilizando todas as forças disponíveis para apoiar as vítimas e seus familiares”, declarou o presidente.

Resgate sob condições extremas

As equipes de bombeiros, polícia e Cruz Vermelha trabalharam durante horas no local, enfrentando condições complicadas. O ônibus caiu de uma altura de aproximadamente 20 metros, rompendo uma barreira de metal antes de atingir um barranco onde corre um rio poluído com esgoto. As imagens compartilhadas pelas autoridades mostram o veículo completamente destruído, em meio a destroços espalhados.

A Ponte de Belize, local do acidente, é uma das principais conexões entre a capital e as regiões norte e nordeste do país. O fluxo constante de veículos e as condições precárias do tráfego tornam a área um ponto crítico para acidentes.

Carlos Hernandez, membro do Corpo de Bombeiros, detalhou as circunstâncias do acidente: “O motorista perdeu o controle do ônibus, colidiu com vários veículos leves e, em seguida, rompeu a barreira de proteção. O veículo despencou no barranco até atingir o rio contaminado, o que dificultou ainda mais o trabalho das equipes de resgate.”

Ônibus antigo e investigação aberta

De acordo com o ministro das Comunicações, Miguel Ángel Díaz, o ônibus envolvido na tragédia era um modelo de 1995, com mais de 30 anos de uso, mas que possuía licença válida para circular. “Estamos investigando se o veículo transportava mais passageiros do que sua capacidade permitia. Há especulações sobre superlotação, mas isso ainda será confirmado”, explicou o ministro durante uma coletiva de imprensa.

O governo já iniciou uma investigação para apurar as causas exatas do acidente. Apesar de informações preliminares indicarem falha humana, não está descartada a possibilidade de falhas mecânicas no ônibus. “Precisamos entender o que realmente aconteceu antes de apontar responsabilidades”, acrescentou Díaz.

Repercussão e dor coletiva

A tragédia mobilizou o país e gerou comoção em todos os setores. Ricardo Quiñónez, prefeito da Cidade da Guatemala, lamentou profundamente o ocorrido, expressando condolências às famílias afetadas. O governo também instruiu as forças armadas e a Defesa Civil a priorizarem o atendimento médico dos sobreviventes e o apoio logístico necessário.

A Ponte de Belize, que já era motivo de preocupação para especialistas em infraestrutura, volta ao centro do debate público. Esse não é o primeiro acidente grave na região, o que levanta questões sobre a segurança da estrutura e a fiscalização dos veículos que transitam por ali.

Um país em luto

A tragédia do ônibus representa mais do que uma perda de vidas: é um reflexo de problemas estruturais que afetam o transporte público e a segurança viária na Guatemala. Enquanto as autoridades trabalham para entender as causas do acidente e apoiar os sobreviventes, o país vive dias de tristeza e reflexão.

As famílias das vítimas agora enfrentam a difícil tarefa de lidar com a dor e buscar respostas. O presidente Arévalo, em um discurso transmitido em rede nacional, resumiu o sentimento coletivo: “Esta é uma tragédia que não afeta apenas as vítimas e seus entes queridos, mas todos nós como guatemaltecos. Hoje, choramos juntos.”

A tragédia na Ponte de Belize serve como um alerta para a necessidade de melhorias na fiscalização e infraestrutura do transporte público no país, mas, acima de tudo, deixa um rastro de dor que será sentido por muito tempo.