Na tarde desta segunda-feira (10), um grave acidente aéreo aconteceu próximo à praia da Barra do Cahy, localizada no extremo sul da Bahia. Uma aeronave de pequeno porte caiu em uma área de mata fechada e explodiu, deixando uma vítima fatal e outra ferida. A bordo estavam o piloto Mário Gontijo e o empresário Fredy Tanos, de 70 anos. Enquanto o piloto conseguiu escapar da explosão, embora com ferimentos graves, Fredy não resistiu e faleceu no local.
Quem é Mário Gontijo?
Mário Gontijo é mais do que apenas um piloto. Ele é bioquímico, empresário e proprietário de uma rede de laboratórios, além de já ter ocupado o cargo de secretário de Saúde de Eunápolis, na Bahia. Após a queda, Mário conseguiu sair da aeronave momentos antes de ela ser consumida pelas chamas. Ferido, ele foi resgatado e levado de helicóptero ao Hospital Luís Eduardo Magalhães, em Porto Seguro, onde permanece internado. Até o momento, não há informações atualizadas sobre seu estado de saúde.
Quem era Fredy Tanos?
Fredy Lopes Tanos, natural de Sete Lagoas, Minas Gerais, era conhecido por ser proprietário de uma renomada rede de laboratórios. Infelizmente, ele não teve a mesma sorte que o piloto. Seu corpo foi encontrado carbonizado entre os destroços da aeronave, sendo posteriormente removido pela Brigada de Emergência Voluntária de Cumuruxatiba. O empresário teve seus restos encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) de Itamaraju para realização de necropsia.
O socorro e as dificuldades no resgate
A queda ocorreu em uma área de mata fechada, o que tornou o resgate mais complicado para as equipes de socorro. Moradores próximos relataram ter visto a aeronave apresentar dificuldades no ar antes de cair. Após o impacto, testemunhas acionaram as autoridades, que chegaram ao local para dar início ao resgate e às investigações. O caso está agora sob a responsabilidade do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), que busca determinar as causas do acidente.
Um histórico de acidentes aéreos
Acidentes aéreos continuam sendo motivo de preocupação no Brasil. Dados do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SIPAER), ligado à Força Aérea Brasileira (FAB), revelam números alarmantes. Em 2024, foram registrados 175 acidentes envolvendo aeronaves no país, resultando em 153 vítimas fatais — o maior número da última década. Já em 2025, apenas nos dois primeiros meses do ano, 22 acidentes e 10 mortes já foram contabilizados. Esse crescimento reforça a necessidade de investigações rigorosas e medidas preventivas para evitar novas tragédias.
Um local marcado por incidentes
A região da Barra do Cahy não é estranha a acidentes aéreos. Nos últimos anos, o extremo sul da Bahia já foi palco de outros episódios semelhantes, o que levanta questões sobre as condições de voo na área, incluindo possíveis adversidades climáticas e falhas operacionais. Embora ainda seja cedo para apontar as causas da queda, relatos de moradores sobre problemas no voo antes do impacto podem ser uma pista importante para as autoridades responsáveis pela investigação.
Reflexões sobre segurança aérea
Este acidente reacende discussões sobre segurança aérea, principalmente no caso de aeronaves de pequeno porte, que muitas vezes operam em condições mais desafiadoras. Embora sejam essenciais para conectar áreas remotas ou atender demandas específicas, essas aeronaves geralmente enfrentam maiores riscos devido a limitações estruturais e operacionais. Além disso, os números crescentes de acidentes no Brasil apontam para a necessidade de maior fiscalização, manutenção rigorosa e treinamento de tripulações.
Enquanto aguardamos respostas sobre as causas dessa tragédia, a história de Mário Gontijo e Fredy Tanos destaca as imprevisibilidades da vida. De um lado, um piloto que sobreviveu a um acidente quase fatal. De outro, um empresário cuja trajetória foi interrompida de forma abrupta e trágica. O episódio não apenas entristece, mas também serve de alerta para a importância de investimentos e melhorias na aviação civil brasileira.
Agora, cabe às autoridades garantir que os familiares das vítimas recebam apoio e que as investigações tragam esclarecimentos. Mais do que números, esses acidentes representam vidas perdidas e histórias interrompidas, lembrando-nos da fragilidade e dos desafios da segurança nos céus do país.