Na manhã desta quarta-feira (12), um incêndio de grandes proporções atingiu uma fábrica de fantasias de Carnaval, deixando um rastro de destruição e desespero. O fogo começou por volta das 7h e se alastrou rapidamente, prendendo funcionários dentro do galpão. Ao todo, 21 pessoas foram resgatadas, mas dez delas estão internadas em estado grave.
O Corpo de Bombeiros foi acionado assim que as primeiras chamas foram avistadas. No entanto, quando as equipes chegaram ao local, o cenário já era crítico: fumaça densa, explosões ocasionais e funcionários tentando escapar como podiam. Alguns conseguiram sair com a ajuda de colegas, enquanto outros precisaram ser retirados pelos bombeiros em meio ao caos.
Galpão sem certificação e riscos ignorados
De acordo com o major Fábio Contreiras, porta-voz do Corpo de Bombeiros, o prédio não possuía certificação de segurança e operava sem um laudo técnico que atestasse a adequação às normas contra incêndios.
“Infelizmente, esse tipo de irregularidade é mais comum do que se imagina. Muitos estabelecimentos trabalham sem atender às exigências básicas de segurança, colocando em risco a vida de quem está ali todos os dias”, afirmou Contreiras.
A falta de regularização é um problema frequente em fábricas e galpões antigos, principalmente os que funcionam em áreas afastadas, onde a fiscalização tende a ser menos rigorosa. Especialistas apontam que, sem saídas de emergência adequadas e equipamentos de combate ao fogo em funcionamento, qualquer incidente pode se transformar rapidamente em tragédia.
O combate às chamas e o resgate das vítimas
O incêndio mobilizou cerca de 90 bombeiros, que trabalharam incansavelmente para conter as chamas. Viaturas, caminhões-pipa e até drones foram utilizados para monitorar a propagação do fogo. No entanto, o calor intenso e a fumaça dificultaram bastante o trabalho das equipes.
“Foi uma operação complexa, porque o incêndio se espalhou muito rápido e parte da estrutura do galpão estava comprometida. Nossa prioridade era retirar as vítimas e evitar que o fogo atingisse imóveis vizinhos”, explicou um dos bombeiros que atuou na ocorrência.
Após horas de combate, as chamas foram finalmente controladas, mas o estrago já estava feito. Parte do galpão desabou, máquinas foram completamente destruídas e toneladas de material inflamável – como tecidos, plumas e colas utilizadas na confecção das fantasias – viraram cinzas.
Investigação tenta esclarecer causas do incêndio
A Polícia Civil já iniciou uma perícia para tentar identificar a origem do fogo. Ainda não há uma conclusão oficial, mas especialistas apontam algumas hipóteses:
• Curto-circuito: a sobrecarga da rede elétrica pode ter provocado faíscas e iniciado o incêndio.
• Produtos inflamáveis: com a produção de fantasias em ritmo acelerado para o Carnaval, o estoque de materiais altamente combustíveis estava maior do que o normal.
• Falta de manutenção: galpões antigos costumam apresentar problemas estruturais e fiação defasada, aumentando os riscos de incêndios.
Enquanto isso, os responsáveis pelo espaço ainda não se pronunciaram oficialmente. Familiares das vítimas, no entanto, já cobram explicações e medidas para evitar que tragédias como essa se repitam.
Comoção e pedidos por mais fiscalização
O incêndio gerou uma onda de indignação, principalmente entre os trabalhadores do setor e moradores da região. Muitos lembraram de tragédias similares que poderiam ter sido evitadas caso houvesse mais fiscalização e cumprimento das normas de segurança.
“Isso não é um acidente, é negligência. Quantas vidas mais precisam ser colocadas em risco para que as autoridades tomem providências?”, questionou Ana Cristina, familiar de uma das vítimas.
Com o Carnaval se aproximando, o caso levanta um alerta importante sobre as condições de trabalho nos bastidores da festa. Enquanto os desfiles e blocos encantam multidões, muitas fábricas e ateliês trabalham em condições precárias, sem a estrutura mínima para garantir a segurança de seus funcionários.
Agora, resta esperar que as investigações apontem os responsáveis e que medidas sejam tomadas para evitar que tragédias como essa se repitam.
