Deise Moura dos Anjos, investigada por envenenar um bolo com arsênio e causar a morte de três pessoas da mesma família na véspera de Natal de 2024, foi encontrada inconsciente em sua cela na manhã desta quinta-feira (13/2). Detida na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, na Região Metropolitana de Porto Alegre (RS), ela chegou a ser levada à enfermaria, mas não resistiu. Agora, a pergunta que fica é: o que realmente aconteceu?
Como Deise Moura foi encontrada?
A suspeita estava isolada em uma cela de contenção, medida comum para presas temporárias, quando agentes penitenciários a localizaram desacordada. Segundo a delegada Karoline Calegari, responsável pelo caso, Deise tinha um pano ou uma camisa enrolada no pescoço, sugerindo asfixia.
A equipe da Polícia Penal prestou os primeiros socorros e acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas, ao chegarem, os socorristas confirmaram o óbito.
A princípio, a principal suspeita é de suicídio, mas as circunstâncias ainda serão investigadas pela Polícia Civil e pelo Instituto-Geral de Perícias.
As acusações contra Deise Moura
Até o momento de sua morte, Deise enfrentava uma série de acusações graves. A Justiça a indiciou por triplo homicídio duplamente qualificado e tripla tentativa de homicídio. As investigações indicaram que ela pesquisou na internet sobre venenos, incluindo o arsênio, substância altamente tóxica que teria sido utilizada na preparação do bolo fatal.
O caso gerou grande repercussão no Rio Grande do Sul e levantou questionamentos sobre as motivações da suspeita. O crime aconteceu durante uma confraternização familiar e chocou a comunidade local.
O que aconteceu na noite do crime?
Era 23 de dezembro de 2024. A casa da família Silva dos Anjos, em Torres, no litoral norte do Rio Grande do Sul, estava cheia para a celebração natalina. No entanto, a festa terminou em tragédia quando seis pessoas passaram mal após consumir um bolo caseiro servido no evento.
Três delas não resistiram:
• Neuza Denize Silva dos Anjos, de 65 anos
• Maida Berenice Flores da Silva, de 59 anos
• Tatiana Denize Silva dos Anjos, de 47 anos (filha de Neuza)
Além das vítimas fatais, outras três pessoas foram hospitalizadas com sinais de intoxicação, incluindo a própria Deise, que havia preparado o bolo. Entre os internados estavam também Paulo Luiz e Zeli dos Anjos, sogros de Deise.
A tragédia levantou suspeitas imediatas, e exames toxicológicos confirmaram que a farinha utilizada no preparo do bolo continha arsênio, um veneno que pode ser letal mesmo em pequenas quantidades.
O que teria motivado o crime?
As investigações apontam para um histórico de conflitos familiares que já durava mais de 20 anos. O principal desentendimento era entre Deise e sua sogra, Zeli dos Anjos. Segundo relatos colhidos pela polícia, a relação entre as duas era marcada por brigas e ressentimentos.
Ainda não se sabe ao certo se o objetivo de Deise era atingir um alvo específico ou se o envenenamento foi uma tentativa de vingança indiscriminada. O fato de ela também ter consumido o bolo levanta hipóteses sobre a real intenção por trás do crime.
Morte de Deise levanta novos questionamentos
A notícia da morte de Deise Moura dentro da penitenciária trouxe ainda mais mistério ao caso. A defesa da suspeita chegou a mencionar que ela estava abalada psicologicamente nos últimos dias, principalmente após receber a informação de que seu marido havia pedido a separação.
Na cela onde foi encontrada, os agentes penitenciários acharam alguns manuscritos, que agora serão analisados para determinar se há alguma carta de despedida ou pistas sobre seu estado mental antes da morte.
Enquanto a perícia trabalha para esclarecer as circunstâncias exatas do óbito, a Polícia Civil segue investigando o caso que chocou o estado e trouxe à tona uma trama de intrigas, desentendimentos familiares e um crime que parece ter sido meticulosamente planejado.
Os desdobramentos dessa história ainda prometem trazer mais respostas nos próximos dias.