Atriz coreana que tirou a própria vida deixou dívida milionária; saiba o valor

A morte da atriz sul-coreana Kim Sae-ron, conhecida por seu trabalho na série da Netflix Cães de Caça, abalou fãs e a indústria do entretenimento. No último domingo (16/2), a jovem de 23 anos foi encontrada sem vida em sua residência, em Seul. Seu falecimento levanta debates sobre a pressão psicológica enfrentada por celebridades na Coreia do Sul, onde deslizes públicos podem significar o fim da carreira e a ruína financeira.

Kim, que iniciou sua trajetória como atriz mirim e brilhou em diversas produções de prestígio, enfrentava dificuldades desde um grave acidente de trânsito em 2022. O episódio não apenas manchou sua reputação, mas também resultou em dívidas milionárias, tornando seu futuro incerto.

O acidente que mudou sua vida

O declínio da carreira de Kim Sae-ron começou há dois anos, quando ela se envolveu em um grave incidente no bairro de Gangnam-gu, uma das áreas mais luxuosas de Seul. Dirigindo sob efeito de álcool, a atriz perdeu o controle do veículo e colidiu contra um transformador de energia elétrica, deixando dezenas de estabelecimentos comerciais e residências sem luz por horas.

O escândalo teve consequências imediatas: além de enfrentar processos judiciais e pagar indenizações pelos danos causados, Kim perdeu contratos publicitários e papéis em produções audiovisuais. A indústria do entretenimento sul-coreana, conhecida por sua rigidez em relação à imagem pública de seus artistas, se afastou da atriz, tornando sua reabilitação profissional quase impossível.

Dívidas, trabalhos informais e isolamento

Após o acidente, Kim Sae-ron tentou reconstruir sua vida, mas enfrentou obstáculos financeiros cada vez maiores. Seu rompimento com a agência Gold Medalist, em dezembro de 2022, resultou em uma dívida de aproximadamente 700 milhões de wons (cerca de R$ 2,7 milhões). O valor correspondia a penalidades contratuais e compensações financeiras que a atriz deveria pagar à empresa.

Sem novas oportunidades na TV e no cinema, Kim passou a trabalhar discretamente em cafeterias e escolas de teatro para garantir o próprio sustento. Em entrevistas recentes, amigos da atriz relataram que ela se isolou, evitando aparições públicas e limitando sua interação nas redes sociais.

A Gold Medalist chegou a emitir notificações formais cobrando o pagamento da dívida, mas não obteve resposta. A situação financeira da atriz se agravava, e sua saúde mental parecia cada vez mais fragilizada.

A descoberta e as investigações

No último fim de semana, um amigo próximo de Kim foi até sua residência para um encontro previamente combinado. Ao chegar, encontrou a atriz sem vida e acionou imediatamente as autoridades. De acordo com a agência de notícias Yonhap, a polícia não encontrou sinais de crime no local, reforçando a hipótese de um desfecho trágico motivado por problemas emocionais.

A notícia gerou comoção entre fãs e colegas da indústria, reacendendo discussões sobre o impacto da cultura do cancelamento na Coreia do Sul. O país, que já viu outros artistas enfrentarem dificuldades semelhantes após polêmicas públicas, continua debatendo os desafios enfrentados por celebridades que caem em desgraça perante a opinião pública.

As últimas palavras de Kim Sae-ron

Antes de sua morte, a atriz fez uma publicação em sua conta no Instagram, onde expressou arrependimento pelos acontecimentos que marcaram sua trajetória nos últimos anos.

“Causei danos a muitas pessoas, incluindo comerciantes, cidadãos e aqueles que restauraram os prejuízos. Eu deveria ter agido de forma mais cuidadosa e responsável, mas não consegui. Peço sinceras desculpas.”

A mensagem, agora vista como um possível indício de sua luta interna, evidencia o peso da culpa e da pressão enfrentada pela jovem.

Ajuda para quem precisa

O falecimento de Kim Sae-ron reforça a necessidade de um olhar mais atento para a saúde mental, especialmente no universo do entretenimento. Na Coreia do Sul, onde o padrão de exigência para artistas é altíssimo, muitos enfrentam dificuldades psicológicas sem o suporte necessário.

Caso você ou alguém próximo esteja passando por um momento difícil, o Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece apoio emocional gratuito e sigiloso. O atendimento pode ser feito pelo telefone 188, além de chat, e-mail e Skype, disponíveis 24 horas por dia. Procurar ajuda pode fazer toda a diferença.