O Partido da Causa Operária (PCO) fez duras críticas à denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A denúncia envolve uma suposta tentativa de golpe de Estado, logo após a eleição presidencial de 2022. O PCO, que é um partido de extrema esquerda, não concorda com essa acusação e argumenta que, entre 2022 e 2024, não houve nenhum tipo de golpe no Brasil.
Para o PCO, “não teve tanque na rua”, “não teve pressão direta de outros países” e “não teve grupos armados tentando desestabilizar o governo”. O partido, em um editorial publicado no portal Diário da Causa Operária, afirma que a denúncia da PGR não tem fundamento e que as acusações são exageradas. Na visão deles, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, tomou atitudes “ilegais e inconstitucionais” ao denunciar 34 pessoas baseadas em um relatório da Polícia Federal. Esse relatório apontaria uma tentativa de golpe no Brasil, mas o PCO acha que ele não tem a mínima prova de que algo realmente grave tenha acontecido.
O editorial vai além e critica a forma como o procurador vê a atuação política. Segundo o partido, Gonet está criando uma situação absurda ao considerar que criticar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ou o próprio sistema eleitoral é algo que pode ser comparado a tentar destruir o Estado de Direito. O PCO também afirma que a denúncia feita por Gonet é apenas uma “encenação arbitrária”, que só tem como base a palavra de um delator, no caso, Mauro Cid. Ele é tenente-coronel e foi ajudante de ordens de Bolsonaro.
De acordo com o PCO, mesmo com as 268 páginas de denúncia de Gonet, não há como comprovar que houve uma tentativa de golpe de Estado de fato. O que o partido afirma é que o que se revela, na verdade, é um processo perigoso: o controle das instituições por grandes interesses do capital. Eles acreditam que isso prepara o terreno para um golpe contra os direitos democráticos da população brasileira.
Claro, o PCO também lembra que está falando sobre um contexto em que o Brasil vive uma série de disputas políticas, com um ambiente tenso após as eleições de 2022. O debate sobre o que é ou não um golpe continua sendo tema de discussão, e o partido considera que a própria acusação contra Bolsonaro é parte de uma estratégia para intimidar e calar qualquer oposição.
Até agora, a CNN tentou entrar em contato com a Procuradoria-Geral da República (PGR) para ouvir o outro lado sobre as críticas feitas pelo PCO, mas ainda aguarda uma resposta. O espaço segue aberto para que a PGR possa se posicionar a respeito.
Esse tipo de troca de acusações e a politização das denúncias geram um ambiente bem complicado, onde cada lado tenta fortalecer sua narrativa. Para o PCO, essa denúncia não passa de mais uma jogada política que visa enfraquecer ainda mais as liberdades no Brasil, algo que o partido vê como uma ameaça aos direitos do povo. Para muitos, a verdadeira preocupação não é nem tanto o que aconteceu em 2022, mas sim o que está sendo feito agora para moldar o futuro político do país.
Quem observa tudo isso de fora acaba se perguntando: será que estamos mesmo falando de um golpe de Estado ou de uma disputa política mais feroz entre os grupos de poder? O tempo dirá, mas as tensões seguem bem altas.