Jovem que matou ex-namorada com 13 facadas se apresenta à polícia e é liberado

Na última segunda-feira (24), Lucas Alves Pereira, de 18 anos, se entregou à polícia depois de ser acusado de assassinar sua ex-namorada, Ana Carolina Pereira, com treze facadas. A informação foi confirmada pela Secretaria da Segurança Pública (SSP). O jovem confessou o crime e foi indiciado formalmente, mas acabou sendo liberado logo em seguida, o que gerou revolta entre familiares e amigos da vítima.

O feminicídio aconteceu no sábado (22), na casa onde Lucas morava com a tia, no bairro Cidade Patriarca, na zona leste de São Paulo. De acordo com relatos divulgados pelo SBT News, Ana Carolina foi até o local para conversar com ele. O que começou como um encontro normal entre ex-namorados terminou de maneira trágica. Durante uma discussão, Lucas atacou a jovem brutalmente.

Os vizinhos, ao ouvirem os gritos de socorro por volta de 12h30, acionaram a polícia imediatamente. No entanto, quando os agentes chegaram à residência, já era tarde demais. Ana Carolina não resistiu aos ferimentos e foi encontrada sem vida.

Confissão e Liberação do Acusado

Em depoimento, Lucas afirmou que matou Ana Carolina porque se sentia humilhado por ela. Também mencionou que sofre de ansiedade e tem histórico de automutilação. Após cometer o crime, ele fugiu vestindo uma blusa da vítima. A peça de roupa foi recuperada pela polícia na segunda-feira, reforçando a ligação do acusado com o assassinato.

Apesar da confissão e das evidências, Lucas foi liberado após se apresentar espontaneamente. A Secretaria da Segurança Pública se limitou a informar que as investigações continuam. “As diligências prosseguem para o esclarecimento dos fatos”, declarou a SSP ao portal Terra.

A decisão de soltá-lo gerou revolta entre familiares e amigos de Ana Carolina. “Isso não é justiça”, desabafou um parente da jovem em entrevista ao SBT News. O advogado da família também criticou a liberação do suspeito, explicando que, por ter se entregado por conta própria, Lucas teve direito a responder em liberdade.

O Sonho Interrompido de Ana Carolina

Ana Carolina tinha um futuro promissor pela frente. Havia sido aprovada no vestibular para o curso de Pedagogia e começaria a faculdade na semana do crime. Aos 18 anos, estava cheia de planos e sonhos. A jovem e Lucas se conheceram enquanto estudavam na Escola Técnica Estadual (Etec) A.E. Carvalho e namoraram por cerca de quatro meses antes de terminarem o relacionamento.

Infelizmente, a história dela se tornou mais um triste exemplo da violência contra mulheres no Brasil. O país continua registrando números alarmantes de feminicídios, com casos que frequentemente chocam a sociedade.

O caso de Ana Carolina reforça um problema que se repete: mulheres que tentam seguir em frente após um relacionamento e acabam sendo vítimas de ex-companheiros que não aceitam o término. No Brasil, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, uma mulher é vítima de feminicídio a cada seis horas. São dados que mostram que esse não é um crime isolado, mas sim parte de um ciclo de violência que precisa ser interrompido.

A Revolta nas Redes Sociais e o Clamor por Justiça

A liberação do suspeito causou indignação não só entre os familiares da vítima, mas também entre internautas. O nome de Ana Carolina rapidamente se espalhou pelas redes sociais, com milhares de pessoas pedindo justiça.

No Twitter, hashtags como #JustiçaPorAnaCarolina e #FeminicídioNãoÉCrimePassional ganharam força, com usuários cobrando punições mais severas para casos como esse.

“Não dá para aceitar que um cara confesse ter matado a ex-namorada e saia livre como se nada tivesse acontecido”, escreveu uma usuária.

Além disso, movimentos feministas também se mobilizaram para pressionar as autoridades. Algumas organizações já planejam atos e manifestações pedindo por mudanças na legislação para endurecer penas contra agressores de mulheres.

O Que Vem a Seguir?

A polícia segue investigando o caso e deve coletar novos depoimentos nos próximos dias. O Ministério Público pode oferecer denúncia contra Lucas, o que pode resultar em um pedido de prisão preventiva. Enquanto isso, a família de Ana Carolina lida com a dor da perda e a sensação de impunidade.

O Brasil segue testemunhando casos como esse, onde mulheres são brutalmente assassinadas por homens que não aceitam o fim de um relacionamento. A pergunta que fica é: quantas mais precisarão morrer para que a justiça seja feita de verdade?