Medalhista de asa delta morre eletrocutado ao aterrissar em cabos de alta tensão

O voo livre brasileiro perdeu um de seus grandes expoentes com a morte de Paulo Rogério Gimenes, mais conhecido como “Rogerinho”. O piloto de asa delta, de 51 anos, sofreu um acidente fatal durante um treino em Jacutinga, Minas Gerais. O incidente ocorreu quando ele perdeu altitude e, ao tentar pousar em uma fazenda, colidiu com fios de alta tensão. A descarga elétrica foi severa, e, apesar de ter sido socorrido e levado a um hospital em Pouso Alegre, não resistiu aos ferimentos, falecendo no dia 18 de fevereiro.

A família de Rogerinho ainda enfrenta dificuldades burocráticas para liberar o corpo, o que tem prolongado a dor dos parentes e amigos. O processo de liberação em casos como esse pode ser demorado, especialmente quando envolvem acidentes com redes elétricas, devido à necessidade de investigações. Enquanto isso, a comunidade do voo livre, familiares e admiradores aguardam ansiosamente para prestar as últimas homenagens.

Uma trajetória marcada pela paixão pelo voo

Rogerinho era um veterano no voo livre, acumulando quase três décadas de experiência na asa delta. Ao longo de sua carreira, participou de diversas competições nacionais e internacionais, conquistando reconhecimento entre os pilotos do Brasil e do exterior. Em 2023, fez parte da equipe brasileira que garantiu a terceira colocação no Campeonato Mundial de Asa Delta, realizado na Macedônia. Além disso, estava se preparando para representar o país no Mundial da Espanha, que acontecerá neste ano. Sua partida repentina deixou uma lacuna difícil de preencher na equipe brasileira.

Adriano de Souza Nascimento, amigo próximo e também piloto, trouxe detalhes sobre o momento do acidente. Segundo ele, Rogerinho e um colega haviam decolado de Andradas (MG) e seguiam em direção a Atibaia (SP) para um treino de longa distância. Em determinado momento, Rogerinho começou a perder altitude e, sem conseguir recuperar a altura necessária, precisou buscar um local seguro para pousar. Infelizmente, ao tentar aterrissar em uma área rural, acabou atingindo a rede elétrica. “Era um cara vibrante, sempre pronto para contar uma boa história e compartilhar sua paixão pelo voo livre”, relembrou Adriano.

Comoção na comunidade do voo livre

A morte de Rogerinho gerou grande comoção entre pilotos e entusiastas do esporte. A Confederação Brasileira de Voo Livre (CBVL) prestou homenagem ao atleta em suas redes sociais, exaltando sua dedicação e as contribuições para o desenvolvimento da modalidade no país. “Que ele continue voando livre entre as nuvens”, publicou a entidade, destacando o legado deixado por Rogerinho.

Além das manifestações da CBVL, inúmeros colegas e admiradores do esporte expressaram sua tristeza e lembraram momentos vividos ao lado do piloto. Muitos ressaltaram a necessidade de reforçar a segurança nos voos, especialmente em trechos que envolvem pousos emergenciais. A presença de redes elétricas em áreas de pouso improvisadas é um risco conhecido pelos praticantes do esporte, e acidentes como esse reacendem discussões sobre medidas preventivas.

Um legado que permanecerá

Rogerinho não era apenas um competidor, mas também um grande incentivador do voo livre. Ao longo dos anos, inspirou novos pilotos e ajudou a popularizar a modalidade no Brasil. Sua dedicação ao esporte e sua habilidade como piloto eram reconhecidas por todos que tiveram a oportunidade de conhecê-lo.

Ele deixa duas filhas, um neto e uma legião de amigos e admiradores que continuarão a lembrar de sua trajetória. A despedida ainda não tem data definida, já que a família aguarda a liberação do corpo para a realização do velório e sepultamento. Enquanto isso, as homenagens seguem, tanto nas redes sociais quanto entre aqueles que compartilham a mesma paixão pelo voo livre.

A história de Rogerinho permanecerá viva na memória dos que tiveram o privilégio de conhecê-lo, e seu espírito aventureiro seguirá inspirando novas gerações de pilotos.