Homem é condenado a 17 anos por tirar a vida, carbonizar e enterrar companheira no quintal de casa

O marceneiro Ailton Luiz Ceolin de Araújo, de 42 anos, foi condenado a 17 anos de prisão na última quarta-feira, 26, pelo assassinato da sua companheira, Jaqueline da Rosa de Oliveira, de 38 anos. O crime aconteceu em 2022, na cidade de Tubarão, em Santa Catarina. O corpo de Jaqueline foi encontrado enterrado no quintal da casa onde o casal morava. A sentença foi dada pelo Tribunal do Júri de Santa Catarina (TJSC), mas a defesa de Ailton já anunciou que vai recorrer da decisão.

Segundo informações do TJSC, o juiz Lírio Hoffmann Júnior, que preside a 1ª Vara Criminal de Tubarão, foi o responsável pela condução do julgamento. Ailton foi condenado a 16 anos e quatro meses por homicídio e a mais um ano, um mês e 10 dias por ocultação de cadáver. O juiz decidiu que ele não poderá recorrer da sentença em liberdade, argumentando que o crime foi grave e que ele representa um risco para a sociedade. Ailton estava preso desde o início do processo e cumprirá sua pena no presídio de Tubarão. O caso seguiu em segredo de justiça, dificultando o acesso a mais informações durante a investigação.

Jaqueline ficou desaparecida por cerca de dez meses. Somente depois de um tempo é que os restos mortais dela foram encontrados no terreno da casa do casal. Depois disso, Ailton foi preso. O casal estava junto há mais ou menos um ano, e durante o julgamento, Ailton contou uma história estranha. Ele disse que, em uma briga muito feia, os dois, que estavam sob efeito de drogas, tiveram uma discussão intensa. De acordo com ele, Jaqueline teria passado mal e morrido ali mesmo, no chão da cozinha. Mas, para a Polícia Civil, isso não faz sentido. As investigações indicam que Ailton matou Jaqueline, desmembrou o corpo e até tentou se livrar dos restos queimando-os. Depois disso, ele teria cavado um buraco no quintal da casa e enterrado o corpo dela.

Após cometer o crime, Ailton se internou em uma clínica de reabilitação. Enquanto isso, os familiares de Jaqueline continuavam a procura dela. Ele ficou internado por dois meses e, ao sair, foi acusado de um novo crime. O Ministério Público alegou que, depois de deixar a clínica, Ailton usou o cartão de Jaqueline para fazer compras em supermercados e restaurantes. Ele usou o dinheiro da pensão que ela recebia pela morte do ex-marido. Esse comportamento chamou a atenção das autoridades, que começaram a investigar se Ailton tinha algo a ver com o desaparecimento de Jaqueline. Ailton se defendeu dizendo que parte do dinheiro da pensão era dele e que ele estava em apuros financeiros.

Além disso, Ailton ainda foi acusado de algo bem estranho. A Polícia Civil descobriu que ele teve acesso às redes sociais de Jaqueline. Em 2 de outubro de 2022, Ailton, sabendo que ela já estava morta, alterou a foto de perfil de Jaqueline no Facebook, colocando uma imagem deles dois juntos, como se ela ainda estivesse viva. Ele também enviou mensagens do perfil dela para os amigos e familiares, provavelmente tentando confundi-los.

A investigação revelou mais um detalhe crucial. A Divisão de Investigação Criminal de Tubarão encontrou os restos mortais de Jaqueline enterrados no quintal da casa de Ailton. O laudo pericial identificou que o corpo tinha sinais de carbonização e cortes, o que indicava que ele havia desmembrado o corpo de forma manual. A conclusão do inquérito foi de que Ailton matou Jaqueline para impedir que ela continuasse denunciando a violência doméstica que sofria dele.