A dor da perda de um filho é algo inimaginável. E, para os pais de Vitória Regina de Sousa, a jovem de 17 anos encontrada morta após mais de uma semana desaparecida, a notícia do desfecho trágico foi devastadora. Segundo informações divulgadas pelo programa Cidade Alerta, da Record TV, o casal passou mal assim que soube que o corpo da filha havia sido encontrado. Ambos precisaram ser socorridos e levados às pressas para um hospital em Cajamar, na Grande São Paulo.
Até o momento, não há informações detalhadas sobre o estado de saúde dos dois.
O encontro do corpo e os sinais de violência
O corpo de Vitória foi localizado na última quarta-feira (5) por cães farejadores da Guarda Civil Municipal, em uma região de mata fechada no município de Cajamar. As condições em que a adolescente foi encontrada chocaram os investigadores: o cadáver estava em avançado estado de decomposição, apresentava sinais evidentes de agressão, estava sem roupas e com a cabeça raspada.
O reconhecimento foi feito pela família, que identificou as tatuagens e o piercing que Vitória usava. Após a remoção, o corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), onde passará por exames periciais que devem determinar a causa da morte. O laudo, segundo os peritos, deve ficar pronto em até 30 dias.
Os últimos momentos antes do desaparecimento
Horas antes de desaparecer, Vitória demonstrou medo. Ela trabalhava como operadora de caixa em um shopping e voltava para casa sozinha naquela noite, já que o carro do pai havia quebrado. Durante o trajeto, enviou mensagens de áudio para uma amiga relatando que estava sendo seguida e assediada por homens em um carro. O conteúdo dessas mensagens foi divulgado pela imprensa e mostra o desespero da jovem diante da situação.
“Passou os cara no carro e eles falaram: ‘E aí, vida? Tá voltando?’. Ai, meu Deus do céu, vou chorar. Vou mexendo no celular. Não vou nem ligar pra eles.”Poucos minutos depois, tentou se acalmar ao perceber que o carro havia ido embora.
“Ah, deu tudo certo. Eles entraram pra dentro da favela. Uh… saiu até lágrima dos meus zóio agora. Nossa, até me arrepiei.”Porém, a tensão ainda não havia passado. Em outra mensagem, Vitória revelou que ficou paralisada ao perceber que o veículo havia voltado na direção dela.
“A hora que eles passaram lá do outro lado e falaram, ‘aê, vida’… aí eles voltaram, fio, pra quê… falei: pronto, esses menino vai voltar aqui. Mas aí eles entraram ali na favela. Acontece essas coisas eu não consigo correr. Eu paraliso. Eu não sei o que eu faço. Eu não consigo correr. Eu fico parada.”Investigação e buscas pelo suspeito
A Polícia Civil já iniciou uma investigação para tentar esclarecer as circunstâncias do crime e encontrar o responsável. Até agora, algumas testemunhas foram ouvidas, e os investigadores trabalham com diferentes linhas de apuração.
Um dos principais pontos analisados é se Vitória foi vítima dos homens que a seguiram naquela noite. As autoridades buscam imagens de câmeras de segurança da região para tentar traçar os últimos passos da jovem e identificar possíveis suspeitos.
Além disso, a polícia aguarda os laudos periciais, que serão fundamentais para determinar se houve violência sexual, o que exatamente causou a morte e se há vestígios que possam levar ao autor do crime.
Comoção e pedidos de justiça
O caso gerou grande repercussão e revolta nas redes sociais. Amigos e familiares de Vitória usaram a internet para expressar sua dor e cobrar respostas das autoridades. Em Cajamar, moradores organizam uma manifestação pedindo justiça pelo assassinato brutal da adolescente.
A história de Vitória, infelizmente, se soma a tantos outros casos de violência contra mulheres no Brasil. O país tem registrado altos índices de feminicídios e crimes cometidos contra jovens, principalmente em situações de vulnerabilidade, como quando estão sozinhas nas ruas à noite.
Agora, a família da jovem luta não apenas para superar a dor da perda, mas também para garantir que o responsável seja encontrado e punido.