Polícia faz operação para prender suspeitos de morte de adolescente em Cajamar (SP)

A Polícia Civil de São Paulo deu início a uma operação na manhã desta sexta-feira (7 de março) para localizar e prender três suspeitos envolvidos no assassinato de Vitória Regina de Sousa, adolescente de 17 anos que foi encontrada morta em Cajamar (SP).

De acordo com as investigações, os suspeitos—três homens—estariam escondidos em uma área de mata na cidade, o que tem dificultado o trabalho das equipes de busca.

O crime, que chocou a população, segue sob investigação, e a polícia já revelou que o caso pode ter motivações distintas. Enquanto algumas evidências apontam para um possível crime de vingança, outras indicam que Vitória já vinha sendo ameaçada e intimidada semanas antes de seu desaparecimento.

Avanço nas investigações e depoimentos contraditórios

Na última quinta-feira (6 de março), o delegado responsável pelo caso, Aldo Galiano Junior, afirmou que sete pessoas estão sendo investigadas por suspeita de envolvimento na morte da adolescente. A polícia ainda não revelou detalhes sobre o possível papel de cada uma no crime, mas alguns nomes já foram confirmados.

Entre os investigados está Gustavo Vinicius Moraes, ex-namorado da vítima. Com 25 anos, ele se apresentou voluntariamente à delegacia na tarde de quinta-feira, após ter o nome envolvido na apuração. O delegado solicitou sua prisão temporária, alegando que Gustavo apresentou inconsistências em seu depoimento, mas a Justiça negou o pedido.

O suspeito compareceu à delegacia sem advogado e permaneceu em silêncio sobre algumas questões levantadas pelos investigadores.

O que aconteceu na noite do crime?

As mensagens trocadas por Vitória na noite em que desapareceu foram um dos principais pontos analisados pela polícia. Por volta das 23h do dia 26 de fevereiro, a jovem saiu do shopping onde trabalhava como operadora de caixa e seguiu para um ponto de ônibus próximo.

Antes de embarcar, ela enviou mensagens para uma amiga dizendo que estava com medo, pois havia dois homens desconhecidos no local.

À meia-noite, ela avisou que havia entrado no ônibus e que apenas um dos homens embarcou junto com ela. Minutos depois, enviou outra mensagem dizendo que estava mais tranquila, pois o desconhecido permaneceu dentro do ônibus quando ela desceu.

Porém, testemunhas relataram à polícia que viram um carro suspeito seguindo Vitória enquanto ela caminhava para casa, no bairro Ponunduva, aumentando ainda mais as dúvidas sobre o que realmente aconteceu após sua descida do coletivo.

Ex-namorado teria ignorado pedido de ajuda

Outro fator que levantou suspeitas sobre Gustavo foi a última tentativa de contato feita por Vitória. Pouco antes de desaparecer, a jovem teria enviado uma mensagem pedindo uma carona ao ex-namorado, que só visualizou a mensagem às 1h30 da manhã—mais de uma hora depois do provável horário do crime.

Já às 4h da madrugada, quando familiares desesperados começaram a procurá-la, Gustavo respondeu às mensagens sobre o desaparecimento da ex-namorada com um simples “ok”, o que também gerou estranheza.

Diante dessas informações, os investigadores decidiram aprofundar a análise dos depoimentos e dos horários apresentados por Gustavo, encontrando divergências que justificaram o pedido de prisão, embora este tenha sido negado pela Justiça.

Outras linhas de investigação

A polícia trabalha com duas hipóteses principais para o assassinato:
• Crime por vingança: Segundo o delegado Aldo Galiano, há um motivo pessoal muito forte entre Vitória e o ex-namorado, que não pode ser revelado por estar sob sigilo judicial.
• Ameaça prévia: Pessoas próximas à jovem relataram que, semanas antes de sua morte, Vitória já estava sendo intimidada por terceiros. Essa informação pode indicar que a morte foi premeditada.

As autoridades acreditam que o autor do crime conhecia bem a região onde o corpo foi encontrado, levantando a hipótese de que ele pode ser morador da área.

Quem são os investigados?

Até o momento, 14 testemunhas já foram ouvidas e sete pessoas seguem sob investigação. Entre elas:
1. Gustavo Vinicius Moraes – Ex-namorado da vítima.
2. Um ex-ficante de Vitória – Que teria se relacionado com ela recentemente.
3. Dois homens que estavam no ônibus – Um deles foi citado na mensagem que a jovem enviou para a amiga.
4. Dois homens que a teriam assediado – Segundo relatos, estavam dentro de um carro e podem ter seguido Vitória após ela descer do coletivo.
5. Uma pessoa ainda não identificada – Cujo envolvimento no caso está sendo analisado.

A polícia mantém o caso em sigilo, mas reforça que as buscas continuam para capturar os três suspeitos que estariam escondidos em Cajamar. A família de Vitória segue cobrando justiça e aguarda respostas sobre o crime que tirou a vida da adolescente.