Caso Vitória: guardas-civis acham cabelo e roupas no local de desova

A Guarda Civil Municipal de Cajamar, na Grande São Paulo, fez uma descoberta importante neste sábado (8 de março), que pode ajudar a esclarecer o assassinato brutal de Vitória Regina dos Santos, jovem de 17 anos. A equipe encontrou roupas femininas e uma grande quantidade de cabelo a aproximadamente 10 metros do local onde o corpo da adolescente foi localizado. O material estava parcialmente enterrado, levantando suspeitas de que poderia estar ligado ao crime.

A jovem foi encontrada na última quarta-feira (5 de março), em uma área de chácaras no bairro Ponunduva, em Cajamar. O corpo apresentava sinais evidentes de tortura, estava decapitado e a vítima trajava apenas um sutiã. As investigações seguem a todo vapor, e a polícia busca novas provas para entender a motivação e identificar todos os envolvidos no caso.

Descoberta de novas evidências

O secretário de Segurança Pública de Cajamar, Leandro Arantes, comentou sobre a descoberta dos objetos enquanto acompanhava a busca com uma equipe de reportagem. Segundo ele, os itens estavam parcialmente visíveis no solo.

“Chegando ao local, você vê parte de cabelo para fora e parte de roupas para fora. (…) Não dá para confirmar que são da Vitória. Nós só falamos que são objetos femininos pela proximidade do local”, afirmou Arantes.

A presença desses itens reforça a hipótese de que Vitória pode ter sido atacada e violentada antes de ser morta, e que seus agressores tentaram ocultar provas. Os materiais foram recolhidos e enviados para perícia, onde serão analisados para determinar se pertencem à jovem ou se têm ligação com os suspeitos.

Linha de investigação e suspeitos

O caso ganhou novos desdobramentos com a prisão de Maicol Antonio Sales dos Santos, identificado como dono de um Toyota Corolla prata, veículo que, segundo os investigadores, percorreu o mesmo trajeto de Vitória na noite do crime.

Testemunhas afirmam que dois homens estavam no automóvel e que eles teriam assediado a adolescente momentos antes de seu desaparecimento. A polícia trabalha com a suspeita de que o carro pode ter sido usado diretamente no crime, seja no sequestro, no transporte da vítima ou até mesmo no momento do assassinato.

A prisão de Maicol foi decretada depois que ele apresentou declarações contraditórias sobre onde estava na noite do dia 26 de fevereiro, data em que Vitória sumiu. A Justiça entendeu que há fortes indícios do envolvimento dele, o que justificou o pedido de prisão temporária.

A decisão foi assinada pela juíza Juliana Franca Bassetto Diniz Junqueira, da Comarca de Jundiaí. Em sua sentença, a magistrada destacou que as contradições do suspeito indicam uma possível tentativa de obstrução da Justiça e que sua liberdade poderia atrapalhar a coleta de depoimentos e novas provas.

“Existem fortíssimos indícios de envolvimento de Maicol com os fatos investigados, além do que as versões contraditórias acerca de seu paradeiro na data dos fatos, especialmente na noite de 26/2, sugerem tentativa de obstruir a persecução criminal e torna flagrante a possibilidade de influenciar futuros depoimentos”, escreveu a juíza na decisão.

Repercussão e clamor por justiça

O assassinato de Vitória Regina chocou moradores de Cajamar e gerou revolta nas redes sociais. O caso reacendeu debates sobre a violência contra mulheres no Brasil e a vulnerabilidade de adolescentes diante de situações de assédio e agressões brutais.

Amigos e familiares da vítima realizaram homenagens e protestos pedindo agilidade nas investigações e punição severa para os culpados. O crime também mobilizou grupos de defesa dos direitos das mulheres, que vêm cobrando respostas das autoridades e reforçando a necessidade de medidas mais eficazes para garantir a segurança das mulheres.

As investigações continuam, e a polícia segue buscando por mais suspeitos e provas que possam levar à elucidação completa do caso. Imagens de câmeras de segurança e depoimentos de testemunhas serão fundamentais para entender os últimos momentos da jovem e identificar os envolvidos.

Enquanto isso, a dor da família de Vitória continua imensurável. Parentes lamentam a perda da adolescente e pedem que sua morte não seja esquecida. “Ela tinha um futuro inteiro pela frente. O que fizeram com minha filha foi cruel demais. Só queremos justiça”, disse a mãe da jovem, emocionada.

O caso segue sob sigilo para evitar interferências externas nas investigações, mas a expectativa é que novos desdobramentos surjam nos próximos dias.