Uma tragédia marcou a cidade de Santo Antônio do Descoberto, no entorno do Distrito Federal, nesta segunda-feira (10/3). Andressa Martins da Silva, uma jovem de apenas 24 anos, foi assassinada dentro de casa com um tiro na cabeça. O principal suspeito? Seu próprio companheiro, que, segundo as investigações, já tinha um histórico de violência contra mulheres.
O crime aconteceu durante a madrugada, e a cena foi descoberta pelos próprios familiares de Andressa. Preocupados com o silêncio incomum da jovem, eles foram até o quarto e se depararam com uma cena devastadora: Andressa já sem vida, deitada na cama. O choque foi ainda maior ao descobrirem que ela estava grávida de aproximadamente quatro meses.
Assim que cometeu o crime, o assassino fugiu, contando com a ajuda do próprio irmão para escapar. O destino escolhido para a fuga foi a cidade de Goianésia (GO), a cerca de 170 km do local do crime. No entanto, a tentativa de escapar da justiça foi frustrada poucas horas depois. A Polícia Militar de Goiás, por meio da Força Tática do 52º BPM e com apoio da Companhia de Policiamento Especializado (CPE) de Goianésia, conseguiu localizar e prender os dois irmãos.
Na abordagem, os policiais encontraram a arma utilizada no crime, que foi imediatamente apreendida. O irmão do assassino, que teria auxiliado na fuga, também foi detido e levado para a Delegacia de Santo Antônio do Descoberto. Lá, os investigadores confirmaram que o feminicida já era alvo de outras investigações por crimes semelhantes.
O caso reacendeu debates sobre a violência contra a mulher no Brasil, um problema que parece não ter fim. Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, apenas em 2023, mais de 1.400 casos de feminicídio foram registrados no país. O número é alarmante e reflete a urgência de medidas mais eficazes para proteger as vítimas.
A história de Andressa, infelizmente, não é um caso isolado. Muitos relacionamentos abusivos terminam de forma trágica, e em grande parte das vezes, existem sinais que indicam o perigo. A jovem e seu companheiro tinham um histórico conturbado, e essa instabilidade já era conhecida por amigos e familiares. No entanto, como acontece em muitas situações semelhantes, a violência foi escalando até culminar no pior desfecho possível.
Agora, o assassino enfrenta a acusação de feminicídio, um crime com penas severas que podem ultrapassar 30 anos de prisão. Já o irmão, que o ajudou na fuga, foi autuado por posse irregular de arma de fogo e pode responder por outros crimes relacionados ao auxílio na tentativa de escapar da polícia.
O velório de Andressa foi marcado por comoção. Amigos, familiares e vizinhos compareceram para prestar as últimas homenagens e lamentar a perda precoce de uma jovem cheia de sonhos, que teve a vida interrompida de forma brutal. O caso reforça a necessidade de se discutir com mais seriedade a proteção das mulheres e a responsabilização rápida e eficiente dos agressores.
Diante de mais um caso de feminicídio, a sociedade se vê diante da pergunta que nunca parece ter resposta definitiva: até quando?