O desaparecimento e a morte de Vitória Regina de Sousa, de apenas 17 anos, chocaram Cajamar, na Grande São Paulo, e ganharam grande repercussão. A jovem sumiu no dia 26 de fevereiro e, pouco mais de uma semana depois, no dia 5 de março, seu corpo foi encontrado. Agora, a Polícia Civil trabalha para esclarecer todos os detalhes do crime e responsabilizar os envolvidos.
As investigações apontam para três suspeitos principais: Maicol Sales dos Santos, Daniel Lucas Pereira e Gustavo Vinícius Moraes. Os três já eram conhecidos da vítima e, segundo a polícia, há indícios claros de que Vitória não desapareceu por acaso.
Avanço nas investigações e foco nos suspeitos
A polícia já reuniu uma série de provas que ligam os suspeitos ao crime. Em coletiva de imprensa realizada na segunda-feira (10), o diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro), Luiz Carlos do Carmo, afirmou que os indícios apontam para um possível sequestro. Agora, os investigadores aguardam laudos periciais que podem ser fundamentais para esclarecer o caso.
Entre os suspeitos, Maicol Sales dos Santos é o que tem mais provas contra si e, por isso, já está preso preventivamente. Daniel Lucas Pereira e Gustavo Vinícius Moraes seguem sendo investigados, mas ainda não tiveram prisão decretada.
As evidências contra Maicol Sales dos Santos
Maicol foi o primeiro a ser preso, e os motivos não são poucos. Seu nome surgiu na investigação quando os policiais descobriram que ele acessou o perfil de Vitória no Instagram logo após o desaparecimento da jovem. Mas isso foi só o começo.
O carro de Maicol, um Toyota Corolla, foi visto próximo ao local onde Vitória sumiu, o que já levantou suspeitas. Mas o que realmente complicou sua situação foi a descoberta de sangue no porta-malas do veículo. Esse detalhe fez com que a polícia passasse a considerá-lo peça-chave no crime.
Além disso, o álibi de Maicol não se sustentou. Ele afirmou que passou a noite do desaparecimento em casa com a esposa, mas ela disse que estava na casa da mãe. Ou seja, se ela não estava lá, com quem ele passou a noite?
Relatos de vizinhos também não ajudam Maicol. Testemunhas afirmaram que houve movimentação suspeita na madrugada do crime em sua casa. Seu carro, que geralmente ficava estacionado na rua, sumiu naquela noite.
E tem mais: no celular de Maicol, os investigadores encontraram diversas fotos de Vitória e de outras garotas com características parecidas. A suspeita é de que ele tivesse uma fixação pela jovem.
Diante desse conjunto de provas, a Justiça determinou sua prisão preventiva por 30 dias, podendo ser prorrogada.
Daniel Lucas Pereira: amigo ou cúmplice?
Daniel era próximo de Vitória e, inicialmente, parecia apenas um conhecido sem envolvimento direto no crime. Mas com o avanço da investigação, a polícia passou a vê-lo com outros olhos.
Embora a Justiça tenha negado seu pedido de prisão, imagens de câmeras de segurança mostram Daniel seguindo Vitória por vários dias antes do crime. Isso levanta suspeitas de que o sequestro pode ter sido premeditado.
Além disso, Daniel foi visto junto de Maicol no dia do desaparecimento. Ele nega envolvimento no crime e afirma que foi apenas manipulado por Maicol. Segundo seu relato, os dois tinham uma rixa antiga, e ele acredita que foi usado para desviar o foco das investigações.
O celular de Daniel foi apreendido e está passando por perícia. A polícia quer entender se ele apenas testemunhou algo ou se teve participação ativa na morte da jovem.
Gustavo Vinícius Moraes: o ex-namorado na mira da polícia
Gustavo era ex-namorado de Vitória e também está sendo investigado. Ele alega que não falava com a jovem há meses, mas a polícia descobriu que, no dia do desaparecimento, os dois trocaram uma ligação telefônica.
Além disso, a geolocalização do celular de Gustavo o coloca próximo à casa de Vitória no dia do crime. Outro detalhe que chamou atenção foi a justificativa dada por ele para explicar onde estava: Gustavo afirmou que havia emprestado seu carro para um amigo, mas essa história não convenceu os investigadores.
Diante das evidências, seu celular foi apreendido e está sendo analisado. Ele se apresentou à polícia afirmando que teme por sua vida, mas os investigadores acreditam que ele pode estar tentando evitar uma possível prisão.
Fase final da investigação
A polícia quer encerrar o inquérito até o dia 13 de abril – data que seria o aniversário de 18 anos de Vitória. O objetivo é concluir a investigação antes dessa data como uma forma simbólica de garantir justiça para a jovem.
Atualmente, a principal pendência é a finalização de laudos periciais, especialmente o exame de necropsia. Como o corpo de Vitória foi encontrado em estado avançado de decomposição, esse exame se tornou mais complexo. Mesmo assim, os investigadores acreditam que ele poderá trazer informações cruciais sobre a causa da morte e o que aconteceu com a jovem antes do falecimento.
Outro laudo aguardado é a análise do sangue encontrado no carro de Maicol. A polícia quer confirmar se o material genético pertence a Vitória, o que reforçaria ainda mais as provas contra ele.
O que esperar dos próximos dias
Nos próximos dias, os laudos periciais devem ser concluídos, e a polícia poderá definir quais suspeitos serão formalmente indiciados. Caso novas provas sejam encontradas, Daniel e Gustavo também podem ter mandados de prisão expedidos.
A morte de Vitória gerou comoção e indignação, e a população de Cajamar espera por respostas. Enquanto isso, familiares e amigos da jovem seguem cobrando justiça e esperam que todos os envolvidos sejam devidamente punidos.
O caso continua em andamento e pode trazer novas reviravoltas a qualquer momento.