Caso Vitória: certidão de óbito mostra anemia hemorrágica traumática

A investigação do brutal assassinato de Vitória continua a revelar detalhes perturbadores sobre o crime. O laudo cadavérico aponta que a jovem sofreu uma anemia hemorrágica traumática, consequência da perda severa de sangue. Além disso, o exame confirmou um quadro de hemotórax, que ocorre quando o sangue se acumula dentro da cavidade torácica, dificultando a respiração e levando a vítima à morte por sufocamento.

Outro dado alarmante presente na certidão de óbito é a ruptura da aorta ascendente, uma das principais artérias do corpo humano. Esse tipo de lesão é extremamente grave e sugere que o ataque foi feito com muita força e violência. O agente responsável pelos ferimentos foi identificado como um objeto perfurocortante, provavelmente uma faca, o que confirma a brutalidade da agressão sofrida por Vitória.

Diante dessas evidências, a Polícia Civil acredita ter encontrado o autor do crime. O principal suspeito, Maicol Antônio Sales, de 27 anos, está preso e é apontado como o responsável pela morte da jovem. A decisão de sua prisão foi fundamentada em um conjunto de provas técnicas, que incluem vestígios de sangue encontrados em sua residência e no tapete de um Corolla prata, veículo que, segundo as investigações, pode ter sido usado no transporte do corpo.

A tecnologia como aliada na busca por respostas

A equipe de investigação utilizou uma ferramenta tecnológica de ponta para aprofundar a análise das evidências. Um software israelense chamado Cellebrite permitiu a recuperação de arquivos apagados do celular de Maicol. Entre os dados resgatados, estavam fotos de Vitória e de outras mulheres com características físicas semelhantes. Para os investigadores, isso pode indicar que o suspeito nutria uma fixação pela jovem, levantando a hipótese de que o crime foi planejado e não apenas um ato impulsivo.

Outro fator que está sendo analisado pelos investigadores é a relação entre Maicol e um mecânico que prestava serviços para o pai de Vitória. No dia do desaparecimento da jovem, o carro do pai dela estava na oficina. A suspeita é que Maicol pode ter visto o veículo no local e, ao perceber que estava com defeito, tenha identificado uma oportunidade para agir. A polícia não descarta a possibilidade de que essa informação tenha sido um gatilho para o crime, levando o suspeito a executar seu plano com a certeza de que a família de Vitória estaria momentaneamente vulnerável.

Testemunhas e peças do quebra-cabeça

Outra peça importante nesse intrincado caso é um homem apontado como melhor amigo de Maicol. Ele compareceu à delegacia para prestar depoimento, mas, segundo os investigadores, estava visivelmente embriagado, o que impossibilitou o registro formal de suas declarações. Diante disso, a polícia marcou um novo depoimento para segunda-feira, na expectativa de que ele possa fornecer informações relevantes sobre o caso.

Enquanto isso, os laboratórios da polícia técnico-científica seguem analisando as amostras coletadas na cena do crime e nos pertences do suspeito. Os especialistas investigam se o sangue encontrado na casa de Maicol e no tapete do Corolla prata pertence a Vitória. A residência do suspeito pode ter sido usada como cativeiro antes da jovem ser assassinada.

Além disso, fios de cabelo recolhidos no carro do suspeito e na área de mata onde o corpo foi deixado estão passando por um exame detalhado. A expectativa é que a análise genética possa confirmar se pertencem à vítima, fortalecendo ainda mais as provas contra Maicol.

Durante a semana, o suspeito foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) para a coleta de material genético e impressões digitais. Os peritos pretendem confrontar essas amostras com outras evidências encontradas no local do crime, buscando estabelecer um vínculo direto entre Maicol e a morte de Vitória.

Um caso que choca e mobiliza a sociedade

O assassinato brutal de Vitória não só abalou sua família e amigos, mas também causou comoção na comunidade. O caso trouxe à tona debates sobre segurança pública e violência contra a mulher, reacendendo discussões sobre a importância de políticas mais eficazes para proteger vítimas em potencial.

Enquanto a polícia avança na investigação, a sociedade acompanha com expectativa os próximos desdobramentos do caso. A família de Vitória espera que a justiça seja feita, e que o responsável por essa barbaridade seja devidamente punido.

A cada novo detalhe revelado, a imagem de um crime premeditado e cruel se torna mais clara. Agora, as autoridades trabalham para reunir todas as peças desse quebra-cabeça e apresentar uma denúncia formal robusta contra Maicol, garantindo que ele responda pelos seus atos perante a lei.