Nesta segunda-feira (17), o Vaticano emitiu um comunicado explicando a imagem do Papa Francisco divulgada no dia anterior, na qual sua mão aparece visivelmente inchada. Segundo a Santa Sé, esse inchaço é consequência de sua mobilidade reduzida, uma condição comum em pacientes que passam longos períodos internados.
Médicos explicam que a retenção de líquidos, conhecida como edema, pode ocorrer quando há pouca movimentação do corpo, especialmente em idosos ou pessoas que enfrentam problemas de saúde prolongados. O pontífice, de 87 anos, está sob cuidados médicos no Hospital Policlínico Gemelli, em Roma, desde 14 de fevereiro, após uma grave crise respiratória evoluir para pneumonia em ambos os pulmões.
A foto divulgada no domingo (16) foi a primeira em mais de um mês e mostra o papa de costas, celebrando a Santa Missa na capela localizada no apartamento do hospital onde está internado, no décimo andar.
Estado de saúde e novas atualizações
O boletim médico mais recente, divulgado pelo Vaticano nesta segunda-feira, afirma que Francisco apresenta um quadro estável, com pequenas melhoras graças ao tratamento respiratório e motor.
“O Papa Francisco utiliza menos oxigenação de alto fluxo com cânulas nasais e, em alguns momentos, consegue ficar sem oxigenoterapia. Durante a noite, ainda faz uso de ventilação mecânica não invasiva”, detalha o comunicado.
Na última sexta-feira (14), o Vaticano anunciou que os boletins médicos sobre o estado de saúde do pontífice passariam a ser divulgados com menor frequência, devido à evolução positiva de seu quadro clínico. Além disso, as atualizações diárias sobre a qualidade do sono do papa, que eram divulgadas todas as manhãs, também foram interrompidas. A próxima atualização oficial sobre sua condição está prevista para quarta-feira (19).
Apesar da melhora, médicos alertam que a saúde do líder da Igreja Católica ainda inspira cuidados. Embora não esteja mais em estado crítico, sua idade avançada e a mobilidade reduzida dificultam uma recuperação rápida. Além disso, há o histórico de problemas respiratórios, agravado pelo fato de Francisco ter perdido parte de um pulmão ainda na juventude.
Internação e desafios médicos
O Papa Francisco foi levado ao hospital em meados de fevereiro após sofrer uma forte crise de bronquite, que inicialmente o impediu de falar. Pouco depois, os médicos diagnosticaram uma pneumonia bilateral associada a uma infecção polimicrobiana — um quadro causado por bactérias, vírus e fungos ao mesmo tempo.
As primeiras semanas da internação foram complicadas, com altos e baixos no estado de saúde do pontífice. Ele chegou a apresentar episódios de insuficiência renal leve, crises respiratórias e tosse intensa. No entanto, nas últimas atualizações, os médicos destacaram a evolução positiva do tratamento, incluindo a melhora na terapia física e respiratória.
Atualmente, o papa continua recebendo oxigênio de alto fluxo durante o dia e utiliza um aparelho de ventilação mecânica à noite para garantir um descanso adequado. Exames recentes, como radiografias, indicam que a infecção pulmonar está regredindo, o que traz esperança para sua recuperação total.
O Papa no hospital: trabalho reduzido e mensagens de apoio
Mesmo hospitalizado, Francisco mantém sua rotina religiosa e administrativa dentro do possível. Nesta semana, participou de exercícios espirituais quaresmais, embora com uma carga de trabalho reduzida. Segundo fontes do Vaticano, ele tem recebido centenas de mensagens de apoio e, na última quinta-feira, celebrou o 12º aniversário de seu pontificado com um bolo enviado por fiéis.
Nos últimos quatro domingos, a tradicional bênção papal, que geralmente é feita da janela do Palácio Apostólico com vista para a Praça de São Pedro, foi substituída por mensagens divulgadas em formato de texto.
A expectativa é que, com a continuidade do tratamento, Francisco possa retomar gradualmente suas atividades normais. No entanto, sua recuperação segue sendo acompanhada de perto pelos médicos, que mantêm cautela diante de sua idade e histórico de saúde.
Por enquanto, o mundo católico segue atento às atualizações do Vaticano, aguardando boas notícias sobre a plena recuperação do Santo Padre.