Na manhã desta quarta-feira (19), os familiares de Vitória Regina de Sousa, jovem de 17 anos encontrada morta em Cajamar (SP), participaram do programa Balanço Geral, da Record TV. O crime, que completou cerca de dez dias, segue gerando dúvidas e questionamentos por parte da família da vítima, que contesta a versão apresentada por Maicol Sales dos Santos, principal suspeito do assassinato.
Durante a entrevista, os parentes apontaram diversas contradições no depoimento de Maicol, destacando que há pontos da confissão que não fazem sentido. Segundo eles, Vitória sempre compartilhava detalhes sobre seus relacionamentos com as amigas mais próximas, mas nunca mencionou qualquer envolvimento com o acusado. Esse detalhe levanta suspeitas sobre a veracidade das declarações de Maicol.
O pai da vítima, Carlos de Sousa, expressou sua descrença de que o suspeito tenha agido sozinho. Para ele, existe a possibilidade de que Maicol esteja tentando encobrir outras pessoas envolvidas no crime. “Minha filha não falava nada sobre esse rapaz, nunca citou ele. Como que, de repente, ele aparece confessando um crime desses? Tem algo errado nisso tudo”, desabafou Carlos.
Enquanto a família busca respostas, o caso tomou um novo rumo na tarde de hoje, quando veio à tona que a defesa de Maicol entrou com um pedido para anular a confissão do acusado. O argumento utilizado pelos advogados é que Maicol teria prestado depoimento sob pressão e que agora nega tudo o que havia afirmado anteriormente. Esse novo desdobramento aumenta ainda mais as incertezas sobre o que realmente aconteceu na noite do crime.
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Diante dessa reviravolta, Maicol foi transferido da delegacia de Cajamar (SP) para o Centro de Detenção Provisória II de Guarulhos, localizado na região metropolitana da capital paulista. A mudança ocorreu após um pedido formal da defesa, que alegou preocupações com a segurança do acusado dentro da unidade policial onde estava detido.
O advogado de Maicol, Flávio Bochetti, revelou ao portal Metrópoles que seu cliente temia por sua integridade física, tanto dentro quanto fora da prisão. Segundo Bochetti, o suspeito afirmou estar sendo alvo de ameaças da população e demonstrou preocupação com possíveis represálias contra sua família. Essa preocupação com a própria segurança pode ter sido um dos fatores que motivaram sua confissão inicial, sugeriu o advogado.
O caso continua em investigação, e a polícia ainda não descarta outras linhas de apuração. A principal dúvida agora gira em torno da validade da confissão de Maicol e se ele, de fato, agiu sozinho. Para a família de Vitória, a busca por justiça está apenas começando. “Não vamos descansar enquanto não tivermos certeza de tudo o que aconteceu com minha filha. Queremos respostas”, declarou a mãe da jovem, visivelmente emocionada.
A morte de Vitória Regina comoveu a comunidade local e trouxe à tona debates sobre a segurança de jovens mulheres e a necessidade de investigações rigorosas em casos de feminicídio. Grupos de ativismo têm se mobilizado para cobrar transparência das autoridades, enquanto amigos e familiares organizam homenagens para manter viva a memória da adolescente.
Nos próximos dias, novos desdobramentos do caso devem surgir, principalmente com o andamento do pedido de anulação da confissão e eventuais novas provas que possam surgir. A população de Cajamar e de todo o Brasil acompanha atentamente o desenrolar dessa investigação, esperando que a verdade venha à tona e que justiça seja feita.