Jogo do Tigrinho: influenciadora Gabi Cazimiro é presa por estelionato

A influenciadora digital Gaby Cazimiro foi presa na manhã desta quinta-feira (20 de março) durante a Operação Tigrinho, conduzida pela Polícia Civil em diferentes estados brasileiros, incluindo Maranhão, Ceará, Bahia e Minas Gerais. A ação teve como objetivo desmantelar uma organização criminosa envolvida com exploração de jogos de azar, associação criminosa e lavagem de dinheiro. A prisão ocorreu na cidade de Bacabal, no Maranhão, onde a influenciadora foi abordada pelas autoridades.

A operação, que mobilizou agentes em diversas localidades, incluiu o cumprimento de mandados de prisão, busca e apreensão em cidades como Fortaleza, Barbalha e Juazeiro do Norte, no Ceará, além de Feira de Santana, na Bahia, e municípios de Minas Gerais. As investigações apontam que Gaby e outros influenciadores estariam envolvidos na promoção de um esquema fraudulento relacionado ao chamado “jogo do tigrinho”, utilizado para atrair jogadores por meio de promessas de ganhos fáceis e, ao mesmo tempo, facilitar a lavagem de dinheiro.

Durante a abordagem, materiais promocionais que eram utilizados por seu marido, Paulo Avião, para divulgar o esquema nas redes sociais foram apreendidos. Embora ele não tenha sido preso, foi levado para prestar esclarecimentos às autoridades. Além disso, agentes confiscaram veículos de luxo e equipamentos eletrônicos pertencentes à influenciadora. O Instituto Gabi, um projeto vinculado ao seu nome, também foi alvo da operação, levantando questionamentos sobre possíveis conexões da instituição com o esquema investigado.

A prisão de Gaby Cazimiro foi decretada pela Justiça do Ceará, após indícios de que ela estaria participando ativamente da divulgação do jogo fraudulento. Segundo as autoridades, a estratégia utilizada envolvia a produção de vídeos nas redes sociais, onde os influenciadores simulavam ganhos exorbitantes para persuadir seus seguidores a investir na plataforma. Essa prática enganosa teria causado prejuízos financeiros a inúmeras vítimas, que, ao se iludir com os falsos lucros apresentados, acabavam perdendo grandes quantias de dinheiro.

Com uma base de seguidores superior a 380 mil pessoas, Gaby Cazimiro construiu uma imagem de sucesso nas redes sociais, sendo conhecida não apenas como influenciadora digital, mas também como empresária. Ela administra duas lojas, uma especializada em sapatos e outra no ramo de doces. No entanto, a recente operação da Polícia Civil lança dúvidas sobre a origem dos recursos que sustentavam seu estilo de vida e seus empreendimentos.

O caso repercutiu rapidamente nas redes sociais, gerando uma série de debates sobre a responsabilidade de influenciadores no uso de sua imagem para promover produtos ou serviços duvidosos. Muitos internautas expressaram indignação, enquanto outros apontaram a importância de investigações rigorosas para evitar que figuras públicas lucrem com esquemas prejudiciais ao público.

Nos últimos anos, o crescimento do mercado de apostas online no Brasil tem chamado atenção das autoridades. Embora algumas plataformas atuem legalmente no país, diversas operações irregulares surgiram, explorando a falta de regulamentação clara e utilizando celebridades digitais para atrair novos apostadores. O “jogo do tigrinho” tornou-se um símbolo desse tipo de prática, muitas vezes promovida como uma fonte fácil de renda, mas que, na realidade, resulta em perdas financeiras significativas para os usuários.

Ainda não há informações detalhadas sobre os próximos passos da investigação, nem se outras figuras conhecidas nas redes sociais também serão responsabilizadas. A defesa de Gaby Cazimiro ainda não se pronunciou sobre as acusações, e a influenciadora permanece sob custódia enquanto aguarda novos desdobramentos do caso.

A operação reforça a necessidade de cautela por parte dos consumidores digitais ao confiar em recomendações de influenciadores, especialmente quando envolvem promessas de dinheiro fácil. O episódio também destaca o papel das autoridades na fiscalização de crimes financeiros e na proteção de cidadãos contra esquemas fraudulentos disfarçados de oportunidades lucrativas.